Depois de perder por 6/4 e 6/0 para o então campeão Jack Draper-GBR na segunda rodada de Indian Wells, João Fonseca sequer deu brecha para críticas ao conquistar, no último domingo, o disputado Challenger de Phoenix-EUA, seu terceiro torneio desse nível na carreira. Agora 60 do mundo, o brasileiro de 18 anos tem mais uma desafio à altura da sua capacidade de evolução: o Miami Open, segundo Masters 1000 da temporada. Logo na estreia, ele reencontra o americano de 19 Learner Tien, 66º, com quem fez final no Next Gen Finals (2024) e US Open juvenil (2023), o que já cria o início de uma rivalidade da nova geração no circuito. A partida acontece nesta quinta-feira, não antes das 20h (de Brasília), com transmissão da ESPN (TV Fechada) e Disney+ (streaming). Nesse mesmo horário, Bia Haddad, que vive uma fase ruim com cinco derrotas seguidas, enfrenta Linda Fruhvirtova-TCH no feminino.
— Esse confronto é legal, até me perguntaram se já pode dizer que somos rivais.. Pode ser que, no futuro, a gente jogue muitos jogos e crie uma rivalidade bacana no tênis, mas ele é uma boa pessoa e bom jogador. Tem tudo para ser uma ótima partida — disse João, em entrevista à ESPN Brasil.
Apesar de uma provável disputa parelha em Miami, João tem certo favoritismo ao levar a melhor nos dois jogos contra Tien no Next Gen Finals, sendo que já havia ganhado a decisão do US Open juvenil. Em processo de crescimento, eles carregam semelhanças no início de suas carreiras: vitórias sobre top 10 em Grand Slam. O brasileiro chocou o mundo do tênis ao desbancar Andrey Rublev-RUS, então nono do ranking, em sua primeira partida no Australian Open, enquanto o americano superou Daniil Medvedev-RUS, 5 do mundo à época. Por coincidência, os jovens tenistas perderiam para Lorenzo Sonego-ITA no torneio.
— Estou me sentindo bem, as condições são parecidas com o que eu tive em Phoenix. A bola era igual, a quadra era bem parecida também, mais áspera. Fez muito bem (o título) para a cabeça e confiança. Eu tenho vindo de um bom começo de temporada. Então, é seguir nesse ritmo — destacou o brasileiro.
Em sua primeira participação no Miami Open e terceiro Masters 1000 na carreira, João tem mais uma oportunidade de adquirir experiência, dentro e fora das quadras, ao lado dos melhores jogadores do mundo. Ainda que a sua ascensão já o faça pular etapas, a margem para evoluir mostra que o resultado não deixa de ser importante nesse momento, mas há aprendizados e obstáculos no caminho que são necessários para se adaptar à elite do tênis.