BRcom - Agregador de Notícias
No Result
View All Result
No Result
View All Result
BRcom - Agregador de Notícias
No Result
View All Result

Em turnê pelo Brasil, Yamandu Costa e António Zambujo traduzem em música a amizade cultivada ao longo dos anos

BRCOM by BRCOM
março 25, 2025
in News
0
O violonista brasileiro Yamandu Costa (à esq.) e o cantor português António Zambujo — Foto: Divulgação/Kenton Thatcher

Logo nas primeiras apresentações que fizeram juntos, o violonista gaúcho (de Passo Fundo) Yamandu Costa, de 45 anos, e o cantor e compositor português (de Beja, no Baixo Alentejo) António Zambujo, de 49, ganharam a alcunha que os viria a perseguir anos afora: a de “aqueles dois meninos do Sul”.

— De alguma forma, somos dois gaúchos, estamos perto da fronteira. E temos essa influência fronteiriça do meu lado, da parte do Uruguai e da Argentina e, ele, da Espanha. É mais uma coincidência do que outra coisa, mas a gente se encontra nisso — arrisca Yamandu. — Por isso, o nome desse nosso segundo álbum (juntos) ser “Sur”. A gente tenta trazer as pessoas para o nosso convívio familiar, como se estivesse na beira da lareira, tomando vinho e deixando todo mundo muito à vontade.

  • ‘Adolescência’: Veja como foi o teste do ator novato que interpreta Jamie em série da Netflix
  • Eliana Pittman chega aos 80 com shows, álbum com músicas de Jorge Aragão e biografia: ‘Vou contar tudo que aprontei’

O clima que eles transplantam para o Brasil em uma turnê de 11 datas — restam as de terça-feira em São Paulo (dia 25, no Tokio Marine Hall), a de quarta em Campinas (dia 26, Teatro Oficina), a de sexta no Rio (dia 28, no Circo Voador), a de sábado em Fortaleza (dia 29, Teatro Rio Mar) e a de domingo em Olinda (dia 30, Teatro Guararapes) — é bem coisa de quem convive muito fora do palco (há alguns anos, Yamandu reside em Portugal).

— A gente se reúne lá em casa e faz churrasco de lareira… e é uma lareira espanhola, tradicional, incrível, feita para cozinhar. A carne fica maravilhosa! E aí o António traz os vinhos que ele faz com os amigos dele, a gente fica em volta daquele fogo, aproveitando a vida, chamando amigos argentinos que temos lá, amigos portugueses. É uma farra! E sempre tocando, é a música que nos alimenta! — conta o violonista.

O violonista brasileiro Yamandu Costa (à esq.) e o cantor português António Zambujo — Foto: Divulgação/Kenton Thatcher

— A música ajuda a que a bebedeira não seja tão grande. Porque, tocando, a gente bebe menos. Então é bom!

Maior violonista brasileiro de sua geração, Yamandu tem a síntese do lance dessa parceria, cujo show anterior, o do álbum de estreia, “Prenda minha” (2024), foi apresentado com significativo sucesso no Brasil.

— A gente faz muito música de câmara mesmo, tem essa coisa de ficar se ouvindo mais do que tocando ou cantando. É um ouvindo o outro! — explica. — Eu me sinto muito livre para às vezes fazer um violão exuberante, cheio de coisa, e às vezes um violão com o mínimo possível, pequenas notas que abraçam a canção. E António, muito mais do que um cantor, é um grande músico, ele usa a voz de uma forma única. Então, a gente está fazendo música, não estou ali acompanhando um cantor numa canção.

Yamandu e Zambujo — uma das sensações da música portuguesa dos anos 2000, com sua mui pessoal reinterpretação da tradição do fado — conheceram-se no Rio de Janeiro em 2008, na primeira vez em que o português se apresentou no Brasil. Em 2014, fizeram cinco shows em duo, enquanto o país fervia com a Copa do Mundo. E depois ficaram alguns anos sem tocar juntos.

— Mas, enfim, a amizade sempre foi o principal fator dessa parceria. Desde que nos conhecemos, tivemos um carinho muito grande um pelo outro. Cada vez que o António vinha ao Brasil, a gente se via. E cada vez que eu ia a Portugal, também — conta Yamandu. — Até que, em 2022, recebemos um convite para fazer um concerto a fim de celebrar a união entre Brasil e Portugal, e aí foi que, de fato, a coisa deu liga. A gente se juntou de novo, o concerto foi gravado pela RTP (rede de rádio e TV de Portugal) e teve uma repercussão grande. Gostaram muito do nosso encontro.

https://www.<a class="wpil_keyword_link" href="https://gazetamercantil.com/baixar-video-youtube" title="youtube" data-wpil-keyword-link="linked" data-wpil-monitor-id="8494">youtube</a>.com/watch?v=nIRVjkYcAX0

Logo, gravaram o primeiro álbum da parceria, que lhes rendeu mais shows.

— De lá para cá, não parou mais, as coisas foram acontecendo. É muito gostoso estar junto com o António, temos uma forma muito natural de fazer música — diz Yamandu. — Acho que a nossa liga é não ficar enchendo o saco um do outro. E nunca ensaiar! A liga é sempre deixar a relação leve, sem muita coisa burocrática. A gente se encontra no estúdio sem saber o que vai gravar, vê o tom um pouquinho e passa as músicas uma vez ou outra, sem pretensão, usando o violão como uma pequena orquestra, abraçando a voz de uma forma fluída.

— O mais importante, e eu acho que isso passa muito para o público, é que a gente se diverte muito em cima do palco. O nosso objetivo era apenas estar junto para conversar, para falar de música, não havia um plano, uma estratégia. Mas aí começamos a receber solicitações de shows, fomos respondendo a essas solicitações e aí percebemos que o show funcionava bem. E tudo vem desse gosto enorme por essas músicas que fazemos juntos, sem pensar muito num roteiro. É sempre diferente a cada show, porque tanto eu quanto o Yamandu vivemos muito da improvisação, de pegar em músicas que já existem e tentar recriá-las, tentar trazê-las para este para esse nosso universo. Para nós, isso é muito estimulante e, pelo visto, para o público, também.

No novo show, eles trazem as músicas do “Prenda minha” (de clássicos como a faixa-título, o “Nervos de aço”, de Lupicínio Rodrigues, e a imortal guarânia “Recuerdos de Ypacaraí”) e três de “Sur”: a valsa “Nube gris” (de Eduardo Márquez Talledo), “Resposta ao tempo” (de Aldir Blanc e Cristóvão Bastos) e “Volver a mi raiz” (do argentino Lúcio Yanel). Fora essas, Yamandu sempre toca um ou outro tema instrumental fora do roteiro. Há, claro, sempre o risco de eles esquecerem alguma música do set list — afinal o clima é leve.

— A ideia é fazer uma trilogia de discos. O primeiro já é uma pequena trilogia, porque, além das músicas em português, ele tem músicas originais e músicas em espanhol. Esse segundo álbum é todo cantado em espanhol, menos pela música do Aldir e do Cristóvão. O terceiro vai ter 12, 13, 14 canções originais, que a gente vai fazer o ano que vem. Estamos começando a escolher os temas — diz o violonista. — Porque a gente pensa numa discografia que nem o Spotify pensa no seu algoritmo. Futuramente, a pessoa vai botar nossos nomes lá, António Zambujo, Yamandu Costa, e esses discos vão estar ali rodando como se fossem uma coisa só.

É curioso o violonista falar em streaming, porque “Sur” não está nas plataformas, e só terá o CD quem comprar das mãos deles, nos shows (“parece que a gente está pirateando o próximo, o próprio disco”, ele brinca). Mas Zambujo explica:

— Hoje em dia já quase ninguém compra disco, então é impressionante no fim dos shows ver a satisfação que as pessoas têm em ficar à espera para que a gente assine o disco… é uma sensação fantástica!

  • Quincy Jones, Spike Lee, Mano Brown: Filme de Milton Nascimento reúne grandes nomes da música global

Yamandu Costa conta que às vezes eles chegam a ficar três horas autografando CDs:

— É mais demorado que o show! E, mais do que assinar o disco, é falar com as pessoas, essa coisa que é cansativa, mas também muito prazerosa, de escutar os comentários das pessoas, as impressões delas… e vem português, vem brasileiro, vem todo tipo de gente e pergunta coisas.

Em turnê pelo Brasil, Yamandu Costa e António Zambujo traduzem em música a amizade cultivada ao longo dos anos

Previous Post

‘Em péssimas condições’, diz documento

Next Post

Inspirada na Ucrânia, República Democrática do Congo propõe acordo sobre minerais aos EUA em troca de apoio militar

Next Post
Pessoas fogem do território Masisi após confrontos entre rebeldes do M23 e forças governamentais, em estrada perto de Sake — Foto: Aubin Mukoni / AFP

Inspirada na Ucrânia, República Democrática do Congo propõe acordo sobre minerais aos EUA em troca de apoio militar

  • #55 (sem título)
  • New Links
  • newlinks

© 2025 JNews - Premium WordPress news & magazine theme by Jegtheme.

No Result
View All Result
  • #55 (sem título)
  • New Links
  • newlinks

© 2025 JNews - Premium WordPress news & magazine theme by Jegtheme.