A investigação sobre o acidente que resultou na morte do empresário Gabriel Farrel, no último domingo, está praticamente concluída. De acordo com informações obtidas pelo GLOBO, a polícia trabalha com a principal hipótese de que o atleta, adepto de esportes radicais, teria acionado seu paraquedas depois do momento ideal, o que impediu a abertura completa do equipamento e reduziu a capacidade de amortecer o impacto da sua queda.
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Gabriel saltou de um paratrike — um tipo de paramotor que possui um parapente acoplado a um triciclo leve — a 3.000 pés, cerca de 1.000 metros de altura. A decolagem ocorreu no Recreio dos Bandeirantes, na nova Zona Sudoeste do Rio.
Com a abertura parcial do paraquedas, o empresário não conseguiu controlar a queda e sofreu múltiplas fraturas. Ele chegou a ser levado para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu aos ferimentos.
O caso ainda aguarda o resultado de outros procedimentos padrão da perícia, para que seja descartada totalmente a possibilidade de falha técnica no equipamento do atleta. Os investigadores, no entanto, já tratam a demora no acionamento como principal causa do acidente.
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Até o momento, não foi informado se o salto havia sido devidamente autorizado pelos órgãos competentes. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) orienta que esse tipo de prática seja realizado sob supervisão de associações aerodesportivas e que os equipamentos sejam cadastrados.
Conhecido por sua coragem, Gabriel Farrel compartilhava vídeos de suas experiências em saltos e viagens para mais de 60 mil seguidores no TikTok e no Instagram. No último sábado, o empresário publicou um vídeo em que aparecia correndo pela praia de São Conrado e deixou uma mensagem sobre a importância de valorizar a vida: “Valorizar a vida é diário, é de graça, é imperdível”. O post acabou se transformando em um espaço de despedidas, onde amigos e seguidores deixaram homenagens.
Sua trajetória empreendedora começou em 2016, quando Farrel decidiu abandonar a faculdade de engenharia para investir em um emprendimento próprio, a Borda & Lenha: com um investimento inicial de R$ 5 mil, ele adaptou uma caminhonete e passou a vender pizzas em eventos e festas. O sucesso abriu caminho para a inauguração da primeira unidade fixa, em 2018, e o início de uma rede.
O negócio se expandiu rapidamente e ganhou ainda mais notoriedade em 2020, após sua participação no programa Shark Tank Brasil, um reality show com temática de empreendedorismo, onde atraiu investimentos de outros empresários.
*Estagiária sob a supervisão de Leila Youssef