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Estética gera boom de alunos de Odontologia, e conselho quer ‘prova da OAB’ para dentista

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outubro 13, 2025
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Estética gera boom de alunos de Odontologia, e conselho quer ‘prova da OAB’ para dentista — Foto: Editoria de Arte

O número de alunos nas graduações de Odontologia aumentou 82% nos últimos dez anos. O boom — que levou o Conselho Federal de Odontologia (CFO) a se articular por uma prova nos moldes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) — está diretamente ligado ao crescimento da demanda dos pacientes por procedimentos estéticos. De acordo com o CFO, o Brasil é o país com o maior número de profissionais na área, com mais de 420 mil formados.

— A busca pela beleza justifica esse crescimento. É inegável que há um impacto enorme disso — diz Bianca Zambiasi, conselheira do CFO.

De acordo com o Censo de Educação Superior, o Brasil tinha em 2024, último ano com dados disponíveis, 162 mil alunos de Odontologia. Em 2014, esse patamar era de 89 mil. Nesse mesmo período, a participação em instituições privadas com fins lucrativos teve um aumento de mais de três vezes, passando de 28 mil para 97 mil estudantes. Já o número de mulheres aumentou mais de 54 mil nesse período — passando de 64 mil para 118 mil, enquanto o de homens foi de 25 mil para 44 mil.

— Penso em me especializar em outras áreas também, mas o foco principal é estética por causa da procura que está tendo atualmente. Hoje a maioria das pessoas que vão a clínica odontológica é procurando por clareamento, facetas, harmonização facial. E por ver resultados tão lindos fui pegando esse gosto também — conta Natasha Souza, de 26 anos, aluna de Odontologia da Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul), em São Paulo.

Estética gera boom de alunos de Odontologia, e conselho quer ‘prova da OAB’ para dentista — Foto: Editoria de Arte

O diagnóstico é confirmado por um censo realizado pelo CFO e pela Associação Brasileira da Indústria de Dispositivos Médicos neste ano. O levantamento apontou que procedimentos estéticos foram os atendimentos que mais profissionais (83%) realizaram nos últimos 12 meses. Nesse grupo, estão lente de contato dental e harmonização facial, mas também técnicas como ortodontia e clareamento.

Com isso, algumas graduações já estão incluindo em suas grades curriculares disciplinas ligadas a procedimentos estéticos. No entanto, essas aulas não são obrigatórias e, em geral, são feitas em cursos de especialização realizados depois da formatura. De acordo com a Sociedade Brasileira de Odontologia Estética (SBOE), a procura por esses cursos também está em alta e, nos últimos 12 meses, cresceu 50%.

Atualmente, o dentista pode realizar procedimentos de harmonização, como preenchimentos faciais e botox. Cirurgias estéticas faciais mais complexas, que envolvem alterações profundas da anatomia, estão vetadas. No entanto, de acordo com Laís de Mattos, doutora em Odontologia Restauradora pela USP, já há uma sinalização na categoria para regulamentar futuras formações para ampliar essas possibilidades.

— O perfil do dentista brasileiro tem se transformado significativamente. Hoje, observam-se profissionais mais preparados e empreendedores, que estruturam clínicas completas e bem equipadas, oferecendo uma abordagem integrada de saúde e estética. Esses dentistas buscam não apenas tratar problemas odontológicos, mas também promover qualidade de vida, aparência e bem-estar — afirma Laís de Mattos, que é gerente pedagógica do Instituto Orofacial das Américas (IOA), uma faculdade voltada para especialização de dentistas.

Essa atuação em áreas da estética tem gerado atrito com outras áreas da Saúde. A Sociedade Brasileira de Dermatologia defende que são atividades privativas do médico os procedimentos estéticos invasivos, como preenchimentos, aplicação de toxina botulínica (o botox), peelings profundos, uso de lasers e outras tecnologias que atingem camadas internas da pele e que não deveriam ser feitos por profissionais não médicos.

De acordo com Bianca Zambiasi, conselheira do CFO, há regulamentações do conselho que liberam os profissionais a realizar essas técnicas, ao mesmo tempo que delimitam as atuações.

— Esse tipo de atrito tem em todas as profissões. Mas o botox, por exemplo, é o nome comercial de uma toxina que tem fins estéticos e terapêuticos. Ele é usado para o tratamento de bruxismo, por exemplo. O dentista, portanto, também pode usá-lo para aplicação contra rugas — afirma Zambiasi, que também é professora da PUC-RS.

Zambiasi diz que, com o crescimento da demanda por dentistas, o conselho tem se preocupado com a entrada de profissionais qualificados. Por isso, o CFO tem defendido que os recém-formados passem por uma prova qualificatória nos mesmos moldes do que a OAB faz com os advogados.

O tema, que está neste momento em discussão no Senado, também é uma bandeira do Conselho Federal de Medicina. Nos dois casos, os conselhos profissionais seriam os responsáveis pela aplicação da prova. A ideia de uma “OAB” para as profissões, no entanto, conta com a oposição do governo, que este ano criou o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), um teste que mensura a qualidade do ensino, mas não impede que o formado atue na profissão.

— A atribuição do conselho não é medir a qualidade do ensino. Nossa preocupação é a entrada de profissionais qualificados — afirma.

O CFO já fez um teste com recém-formados, em 2025, que era facultativo. A prova previa 50% de acertos para considerar os profissionais aprovados, e só 41% conseguiram atingir esse patamar. Outra edição do exame será realizada em março de 2026.

— O profissional pode ser da USP, a melhor faculdade do mundo em Odontologia, e não ser bom. A questão não é a instituição, mas a pessoa. O conselho quer que apenas bons profissionais prestem atendimento — defende a conselheira.

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