Apontado pela Polícia Civil de Goiás como mentor intelectual do sequestro-relâmpago de um empresário em Goiânia, Josemar Alencar Linhares de Oliveira, ex-servidor comissionado da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), teria usado o cargo de assessor parlamentar e a imagem de empresário influente para atrair a vítima à capital goiana. O crime ocorreu em 27 de junho e Josemar foi preso em Miami, nos Estados Unidos, após fugir do país em 1º de julho.
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Josemar de Oliveira, que já foi exonerado do cargo, foi deportado e detido ao chegar ao país pelo aeroporto de Brasília:
— O indivíduo é apontado como o mentor e o organizador do sequestro do empresário, onde dois autores já haviam sido mortos em confrontos com equipes da Polícia Militar, que logo após o crime, foram prendidos do veículo usado no crime e arma de fogo — disse o delegado Samuel Moura, da Polícia Civil de Goiás, acrescentando que uma terceira pessoa ainda é procurada pelas autoridades.
Segundo a Polícia Civil, Josemar de Oliveira se apresentou como assessor parlamentar e empresário influente à vítima, que foi convencida a se hospedar em um hotel, sob o pretexto de participar de reuniões comerciais com supostos contatos do investigado. No entanto, ao chegar à cidade, teve todos os compromissos desmarcados durante dois dias.
Na manhã do dia 27, um dos comparsas de Josemar buscou o empresário no hotel em um Fiat Punto, alegando que o levaria para uma das reuniões. Durante o trajeto, dois criminosos armados renderam a vítima: um deles estava escondido no porta-malas do carro e o outro entrou no veículo em movimento.
O empresário foi submetido a cerca de duas horas de cárcere privado, agressões físicas e ameaças. Os sequestradores exigiam altas quantias em dinheiro, mas, devido a dificuldades operacionais, conseguiram realizar transferências via PIX que somaram R$ 6.813,28.
Após os pagamentos, o empresário foi abandonado algemado em uma estrada. Posteriormente, foi socorrido por um caminhoneiro e conseguiu relatar o sequestro à Polícia Militar. Segundo o delegado Samuel Moura, titular do Grupo Antissequestro (GAS) da Delegacia Estadual de Investigações Criminais (Deic), ao Mais Goiás, os criminosos se assustaram ao avistar uma viatura da PM no caminho para o cativeiro, o que os levou a abandonar a vítima.
À imprensa local, o delegado Samuel Moura explicou ainda que o objetivo do suspeito seria conseguir do empresário o pagamento de uma dívida de R$ 500 mil adquirida em transações de Bitcoins.
Os criminosos foram localizados pouco tempo depois em fuga pela GO-210, na zona rural de Davinópolis. Em confronto com a polícia, os dois comparsas reagiram e foram baleados. Mesmo socorridos, morreram no hospital. No veículo foram encontrados dois revólveres e algemas.
No dia 1º de julho, Josemar Alencar Linhares de Oliveira publicou uma despedida nas redes sociais: “Até breve Brasil, partiu”. Ele embarcou no Aeroporto Internacional de Brasília com destino a Miami. No entanto, após articulação interestadual e internacional, o suspeito foi detido nos Estados Unidos.
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Após os trâmites de cooperação internacional, Josemar foi reconduzido ao Brasil e está em prisão preventiva. Além disso, foi exonerado do cargo na Assembleia Legislativa de Goiás pelo presidente da Casa, deputado Bruno Peixoto.
As investigações continuam para identificar e prender um terceiro envolvido no sequestro, cuja participação já foi parcialmente elucidada.