A Bacia da Foz do Amazonas pode ajudar o Brasil a ficar entre os quatro maiores produtores globais de petróleo na próxima década. De acordo com analistas, se o potencial da região for confirmado, o país pode ultrapassar a marca de 5 milhões de barris diários de produção a partir de 2030, ultrapassando Canadá e China e ficando atrás apenas de Estados Unidos, Arábia Saudita e Rússia.
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O Ibama autorizou nesta segunda-feira a Petrobras a perfurar o primeiro poço exploratório de petróleo na Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial.
Segundo Rivaldo Moreira Neto, diretor da A&M Infra, a licença dada pelo Ibama indica ainda uma tendência de desenvolvimento de novas áreas na Bacia da Foz do Amazonas. Segundo dados da Trading Economics, o Brasil está hoje na sétima posição no ranking dos maiores produtores de petróleo do mundo, com 3,9 milhões de barris por dia.
- Estados Unidos: 13,6 milhões de barris diários
- Arábia Saudita: 9,9 milhões de barris por dia
- Rússia: 9,7 milhões
- Canadá : 4,8 milhões
- China: 4,4 milhões
- Brasil: 3,9 milhões
- Iraque: 3,8 milhões
Para ele, com base em países vizinhos, como Guiana e Suriname, que já produzem entre um e dois milhões de barris por dia, o Brasil pode alcançar um novo patamar de produção já na próxima década.
— Se a Bacia da Foz do Amazonas apresentar o potencial que é previsto, vai ajudar o Brasil a manter o seu nível de produção, que começa a declinar já no início dessa década, com a queda na produção do pré-sal. Isso vai permitir que o país consiga preservar sua relevância e até alcançar o grupo dos maiores produtores globais de petróleo na próxima década se aproximando de Canadá e ultrapassando a China.
Segundo especialistas, a aprovação dada pelo Ibama para que a Petrobras perfure seu primeiro poço exploratório traz um efeito importante para o setor, pois pode aumentar a expectativa das empresas privadas que já arremataram áreas na região no último leilão promovido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
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A licença concedida pelo órgão ambiental abre ainda caminho para que o país aprofunde os estudos sobre essa nova fronteira, o que pode elevar a produção nacional na próxima década.
— O movimento cria um cenário mais favorável para o setor, com empresas privadas podendo obter sucesso em suas próximas campanhas exploratórias e impulsionar o interesse em futuros leilões — diz ele.
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Em junho deste ano, a ANP realizou um leilão em que foram arrematados 19 blocos na Margem Equatorial, todos localizados na Bacia da Foz do Amazonas. A Petrobras liderou o processo, conquistando 13 blocos, na maioria dos casos por meio de consórcios com a ExxonMobil.