Um certo ar de apreensão ronda o ala-armador Ace Bailey, escolhido na posição 5 da primeira rodada do Draft da NBA, na última quarta-feira. Selecionado pelo Utah Jazz, o jogador de 18 anos tem apresentação em Salt Lake City prevista para segunda-feira, mas seu futuro na franquia está indefinido.
Arremessador de elite, Bailey foi pivô da grande polêmica antes do Draft, a seleção de novos atletas da liga, ao desmarcar na véspera um treino particular com o Philadelphia Sixers, dono da terceira escolha da noite. Cotado para o top 3 junto a Cooper Flagg e Dylan Harper, o jogador da Universidade de Rutgers acabou ignorado pela franquia da Filadélfia e só foi selecionado na quinta posição, pelo Jazz.
O jovem ainda recusou treinamentos particulares com outras equipes — um expediente comum e importantíssimo no período pré-Draft. Segundo a ESPN americana, a equipe de Ace, liderada pelo polêmico agente Omar Cooper, teria avisado uma das equipes com as cinco primeiras escolhas para que não o selecionasse, alertando que o ala-armador poderia não se apresentar.
As franquias com as cinco primeiras escolhas eram, na ordem: Dallas Mavericks, San Antonio Spurs, Philadelphia Sixers, Charlotte Hornets e Utah Jazz. Rumores na imprensa americana apontavam que o jogador tinha preferência por Washington Wizards, que tinha a escolha 6, e Brooklyn Nets, dono da oitava.
Perguntado pela emissora sobre o futuro de Bailey em Utah, Cooper preferiu não fazer comentários. Por outro lado, ele saiu em defesa da estratégia que adotou antes do Draft.
— Todos os times viram ele treinar em Chicago (no Combine, evento coletivo de testes físicos dos calouros). Ele fez 18 entrevistas. Todos têm os resultados de seus exames médicos, suas medidas e viram ele correr e pular.
Em entrevista coletiva após ser selecionado pelo Jazz, Bailey foi questionado sobre como convenceria a opinião pública de que está feliz por atuar no Jazz. Ele respondeu apenas que “controla o que pode controlar”.
— Eu controlo o que posso controlar. Que pensem o que querem. Eu e meu time estamos focados. Eu no basquete e eles no que têm que fazer. Acontece.
Pelas regras da NBA, um jogador que é draftado pode até recusar assinar contrato com a equipe que o selecionou, mas passará um ano com os direitos presos à franquia, sem poder assinar com outras. Caso a relação entre o jovem e o Jazz azede, um provável desfecho pode ser uma troca.