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Irã se diz pronto para solução ‘justa e equilibrada’ para seu programa nuclear, mas impasse segue à mesa

BRCOM by BRCOM
setembro 17, 2025
in News
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Imagem de satélite com antes e depois da instalação de Fordow após os ataques dos EUA — Foto: AFP PHOTO/ SATELLITE IMAGE ©2025 MAXAR TECHNOLOGIES

O chanceler do Irã, Abbas Araghchi, afirmou nesta quarta-feira que seu governo está pronto para aceitar uma solução “justa e equilibrada” para quebrar o impasse em torno do programa nuclear do país, suspeito de ter fins militares, o que Teerã nega. As declarações foram feitas após conversa telefônica com representantes de três potências europeias que pressionam por um acordo mais amplo de controle e monitoramento, e ameaçam retomar sanções internacionais aos iranianos.

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Em declarações citadas pela agência estatal Irna, disse que era o momento para os europeus demonstrarem “seriedade e fé na diplomacia”, reiterando que seu governo quer manter o diálogo para evitar uma escalada.

Araghchi ainda criticou a decisão, tomada no final do mês passado por Reino Unido, Alemanha e França de darem início ao processo de retomada de sanções internacionais ligadas ao programa nuclear — os países acusam Teerã de descumprir sua parte em um acordo hoje virtualmente morto, de 2015, e deram um prazo de 30 dias para que os iranianos os convencessem a não aplicar as medidas.

O ministro declarou a medida “legalmente e logicamente injustificável”, e citou um acordo firmado na semana passada com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) para retomar as inspeções em suas instalações nucleares. As visitas estavam suspensas desde junho, quando os EUA bombardearam locais como a central nuclear de Natanz e a usina de enriquecimento de Fordow, em meio a uma guerra contra Israel.

— A República Islâmica do Irã iniciou negociações com a Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea) de forma responsável — disse Araghchi. — Desenvolvemos uma estrutura clara para cumprir nossos compromissos de salvaguardas sob as novas circunstâncias, e é vital que todas as partes reconheçam a importância desta medida.

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O acerto, para ele, mostra que “é hora do outro lado demonstrar seriedade e fé na diplomacia”.

Após a conversa, um representante do governo alemão afirmou à agência AFP que as autoridades europeias estão dispostas a “discutir uma extensão temporária do mecanismo de sanções caso o Irã cumpra certas condições que ainda estão na mesa”. Mas ele afirmou que “neste momento, os passos dados pelo Irã ainda não foram suficientes”.

— A bola está no campo do Irã — definiu.

Há décadas, o programa nuclear iraniano é alvo de suspeitas sobre uma possível militarização, algo que Teerã nega veementemente. Em 2015, surgiu uma esperança para resolver o impasse: um acordo firmado por Irã, EUA, Reino Unido, Rússia, China, França e Alemanha, conhecido como Plano de Ação Conjunto Global, estabelecia limites ao grau de enriquecimento de urânio, à quantidade de material armazenado e ao tipo de equipamento utilizado internamente. Em troca, sanções específicas seriam retiradas, o país teria acesso a mecanismos de comércio internacional e a bilhões de dólares congelados no exterior.

Imagem de satélite com antes e depois da instalação de Fordow após os ataques dos EUA — Foto: AFP PHOTO/ SATELLITE IMAGE ©2025 MAXAR TECHNOLOGIES

O plano funcionou até 2018, quando Donald Trump, em seu primeiro mandato, o rasgou, retomando as sanções e acirrando o discurso bélico. O Irã, por sua vez, passou a descumprir suas obrigações — desde então, as conversas sobre um novo plano não avançaram, mesmo no governo do democrata Joe Biden, e os termos apresentados por Trump 2.0 tampouco agradaram Teerã.

Ao mesmo tempo, as tensões envolvendo os iranianos e Israel — que são contra qualquer tipo de acordo — chegaram a seu ponto máximo em junho, com uma guerra aérea entre os dois países, que chegou ao fim após um inédito bombardeio americano contra instalações nucleares iranianas. Neste contexto, os europeus entenderam que era o momento para pressionar Teerã por um acordo, chegando ao ultimato do fim de agosto.

— É natural esperar que a abordagem positiva e a boa vontade do Irã sejam retribuídas pelo lado europeu. Se alguns europeus começarem a reclamar que isso não é suficiente, isso significaria que não aceitariam a Aiea — disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, Esmaeil Baghaei, na quarta-feira. — Esperamos que, com contatos como os de hoje (quarta-feira) e os futuros, todas as partes cheguem à conclusão de que a escalada das tensões e a perpetuação da situação atual não são do interesse de ninguém.

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Em paralelo ao diálogo, os iranianos tentam convencer os países-membros da Aiea a apoiarem uma resolução para proibir ataques contra instalações nucleares. Representantes do país participam da Conferência Geral da Aiea, em Viena, que vai até sexta-feira, mas reconhecem que a oposição dos EUA ao texto é um entrave considerável.

Mesmo que não consigam aprovar o plano, a ideia é usar a reunião para atacar o secretário-geral da agência, Rafael Grossi, cujo trabalho e integridade foram questionados por Teerã.

— Testemunhamos a falta de conduta profissional da agência, pois este órgão, sem tomar qualquer posição, não condenou [os ataques ao Irã] e, em vez disso, agiu de forma muito neutra, aplicou um duplo padrão com perfeição — afirmou, na segunda-feira, Mohammed Eslami, chefe da organização nuclear do Irã, citando a ausência de condenações de Grossi ao bombardeio americano contra seu país, contrastando com as críticas da Aiea aos ataques russos contra a central nuclear de Zaporíjia, na Ucrânia. — Mesmo que esta resolução não seja adotada, ela demonstra que a Carta das Nações Unidas foi, no verdadeiro sentido da palavra, violada.

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