Duas centenas de milionários vão levar seus looks grifados pelos canais de Veneza a partir desta quinta-feira (26), quando começa o casamento de Jeff Bezos e Lauren Sánchez. O bilionário fundador da Amazon e a ex-apresentadora de TV vão juntar os trapos de luxo em três dias de festa na cidade italiana, diante de um tanto de protestos de uma parte dos moradores para quem Veneza precisa urgentemente voltar a ser La Serenissima.
Bezos e Sánchez, como bons bilionários, não estão lá muito interessados no que os menos abastados pensam de sua festa. Até agora, tudo segue como programado, à exceção de uma pequena mudança: o local da principal recepção oferecida pelo casal teve que ser trocado por questões de segurança.
O que se sabe é que Bezos e Sánchez dariam uma recepção no sábado (28) em um um palácio do século XVI no centro histórico da cidade, mas decidiram trocar o cenário pelo Arsenal de Veneza. Nada que seja um problema para os noivos já que o local é um dos pontos mais nobres e de maior importância histórica na cidade italiana.
Para se ter uma ideia, o Arsenal foi mencionado pelo poeta Dante Alighieri no canto 21 do Inferno, na “Divina Comédia” e, hoje, é um dos principais locais de exposição da Bienal de Veneza.
Construído no século XII, durante a era republicana de Veneza, foi o maior complexo industrial da Europa antes da Revolução Industrial. Na época, correspondia a 15% do território veneziano e lá trabalhavam cerca de 16 mil pessoas. No Arsenal foram construídas as frotas e os armamentos que deram a Veneza, durante séculos, a dianteira no comércio no mediterrâneo. Por isso, o Arsenal entrou para a História como um símbolo do poder político, econômico e militar dos venezianos. Em 1509, foi definido como “o coração da região do Vêneto”.
Em 1593, Galileu Galilei se tornou consultor do Arsenal, prestando assessoria a engenheiros militares e fabricantes de instrumentos, além de ajudar a resolver problemas enfrentados pelos construtores navais — muitos deles relacionados à balística. Ele também foi responsável por criar importantes inovações na produção e na logística do Arsenal.
Partes do Arsenal foram destruídas durante a presença das forças de Napoleão em Veneza. Desde a década de 1980, o local passou a integrar a Bienal de Veneza, recebendo exposições. Hoje, o Arsenal é também a sede do Projeto MOSE, que estuda meios de preservar a cidade das inundações.
Nele há dois teatros, onde são realizados, anualmente, festivais de dança, teatro e música.
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O casamento, cujo custo é estimado entre €40 milhões e €48 milhões (R$ 260 milhões e R$ 311 milhões) e será realizado em três atos, segundo os noivos, é o primeiro a parar Veneza desde que George Clooney e Amal Alamuddin fizeram suas juras de amor na cidade em 2014.
Os convidados, cerca de 200 com sobrenomes como Kardashian e Trump, devem chegar até quinta-feira (26). Bezos e Sánchez vão se casar na sexta-feira (27), provavelmente na basílica de San Giorgio Maggiore, uma igreja do século XVI, desenhada pelo arquiteto renascentista Andrea Palladio e onde está uma obra-prima da arte, “A última ceia”, de Tintoretto.
No dia seguinte, será realizada a recepção no Arsenal de Veneza.