O acidente aéreo que matou quatro pessoas, na noite da última terça-feira (23), na zona rural de Aquidauana, no Pantanal, no Mato Grosso do Sul, aconteceu a cerca de 140 quilômetros da capital do estado, Campo Grande, na região da fazenda Barra Mansa, onde funciona um hotel de mesmo nome. Há três anos, o local serviu de cenário para o remake da novela “Pantanal” (2022). Aliás, foi lá que ficou hospedada parte do elenco do folhetim, entre os quais os atores Jesuíta Barbosa, Bella Campos, Alanis Guillen e Julia Dalavia.
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Às margens do Rio Negro, numa das áreas mais bem preservadas do Pantanal, a fazenda — cuja sede foi a casa de José Leôncio (Marcos Palmeira) — também foi escolhida como cenário da novela em 1990, à época da primeira versão da trama de Benedito Ruy Barbosa, originalmente exibida pela TV Manchete. O turismo, naquele período, era algo praticamente inexistente na região.
— Aquela novela praticamente criou o turismo aqui no Pantanal. Depois dela, muita gente apareceu querendo visitar a Fazenda Rio Negro. Gente de todo o Brasil, mas também de outros países onde a novela passou, como Portugal e Espanha — contou, numa entrevista ao GLOBO, Guilherme Rondon, dono do hotel.
Segundo a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, as vítimas foram identificadas como o piloto Marcelo Pereira de Barros; o arquiteto Kongjian Yu, um dos mais renomados profissionais do mundo no setor; o cineasta Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz; e o documentarista Rubens Crispim Jr.
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Em nota, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PCMS), por intermédio do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (DRACCO) e da Delegacia de Polícia de Aquidauana, ressaltou ao GLOBO que equipes foram enviadas para a realização dos procedimentos de praxe e o levantamento de dados preliminares. Equipes do Corpo de Bombeiros também foram acionadas e estão na região da fazenda onde ocorreu o acidente.
A aeronave, de PT-BAN, era particular de Marcelo de Barros e foi fabricada em 1958. Ela teria pegado fogo após a queda. Ainda não há informações sobre a causa do acidente, que ocorreu a cerca de 140 quilômetros da capital do estado, Campo Grande, na região da fazenda Barra Mansa. Amigos de Ferraz disseram ao g1 que ele e Kongjian Yu gravavam um documentário sobre cidades-esponja, conceito criado pelo chinês.
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O termo diz respeito à implementação de espaços de amortecimento, absorção e reaproveitamento das águas da chuva para minimizar danos causados pelas enchentes. Em maio do ano passado, após as inundações que atingiram o Rio Grande do Sul, o arquiteto deu uma entrevista ao GLOBO e ressaltou a importância de conter o desmatamento.
O acidente com o arquiteto e os documentaristas foi o segundo no Pantanal este mês. No último dia 16, o médico ortopedista e pecuarista Ramiro Pereira de Matos morreu na queda da aeronave que pilotava, na região de Corumbá.