Com 375 títulos de 80 países em 51 salas de cinema e espaços culturais, a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo abre ao público sua 49ª edição no dia 16. Um dia antes, em sessão para convidados, o festival, que vai até o dia 30, apresenta “Sirât”, do diretor espanhol-francês Oliver Laxe, vencedor do Prêmio do Júri em Cannes este ano, com a presença das atrizes Stefania Gadda e Jade Oukid. A programação foi anunciada neste sábado (4), em coletiva de imprensa no Espaço Petrobras de Cinema, no Centro da capital.
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Imediatamente antes da sensação de Cannes será mostrado o curta “Como fotografar um fantasma”, assinado por Charlie Kaufman, de “Quero ser John Malkovitch”, e “Sinédoque, Nova York”, que também dirigiu. Kaufman dará masterclass gratuita na Mostra.
— Procuramos apresentar um panorama do que há de mais interessante no audiovisual e com olhar jornalístico. Refletimos o estado do planeta. Daí termos, como no ano passado, produções que tratam da Palestina. Este ano, enfatizamos a importância da empatia, ao oferecer pela primeira vez três prêmios Humanidade na mesma edição — diz a diretora da Mostra, Renata de Almeida.
A honraria, concedida a personalidades que se destacam pelo trabalho humanitário, será dada à martinicana Euzhan Palcy, ao iraniano Jafar Panahi (os dois a receberão em São Paulo) e aos irmãos belgas Dardenne.
Palcy ganhou, em 1983, com “Rue Cases-Nègres”, o César e o Leão de Prata em Veneza. Cinco anos depois, seu thriller “Assassinato sob custódia”, de denúncia ao apartheid, com Susan Sarandon, Donald Sutherland e Marlon Brando, se tornou o primeiro longa de diretora negra produzido por Hollywood.
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Panahi, no festival desde 1995, quando foi premiado como melhor longa pelo Júri por “O balão branco”, receberia em 2018 o laurel mais tradicional da mostra, o Leon Cakoff (este ano destinado ao quase nonagenário Mauricio de Sousa), mas à época não pôde comparecer pois estava preso pelo regime dos aiatolás. Agora chega com o vencedor da Palma de Ouro em Cannes este ano, “Foi apenas um acidente”. Dos Dardenne, celebrados por fazerem “um cinema que se interessa pelas pessoas e seus gestos”, se verá “Jovens mães”, melhor roteiro em Cannes.
De Veneza, estão no cardápio o vencedor do Leão de Ouro, “Pai mãe irmã irmão”, de Jim Jarmusch; “Abaixo das nuvens”, de Gianfranco Rosi, prêmio especial do júri; e os aguardados “Bugonia”, de Yorgos Lanthimos, “Frankenstein”, de Guillermo del Toro e “Jay Kelly”, de Noah Baumbach, que encerra a Mostra.
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De Berlim, entre outros, há “Blue moon”, de Richard Linklater, e “Kontinental ’25”, do romeno Radu Jude. Dos premiados em Cannes, além de “Foi apenas um acidente” e “Sirât”, há “O som da queda”, da alemã Mascha Schilinski, vencedor do prêmio do júri; “Imago”, do checheno Déni Pitsaev, melhor documentário; e “O agente secreto”, de Kleber Mendonça Filho, que fará no evento sua pré-estreia oficial no Brasil.
Outras 14 obras indicadas ao Oscar de filme internacional em 2026 poderão ser vistas, assim como títulos badalados em Sundance, Locarno, Toronto e San Sebastián. A Mostra Brasil reúne 60 filmes, com prêmio a novos diretores, que será anunciado no dia 30.
O cartaz da edição é assinado pelo escritor e artista visual Valter Hugo Mãe, sobre quem será exibido o documentário “De lugar nenhum”, de Miguel Gonçalves Mendes (de “José e Pilar”, sobre o casal de escritores José Saramago e Pilar del Río), com participação da cartunista Laerte. A Mostra também abriga a estreia mundial de “O filho de mil homens”. Com direção de Daniel Rezende e protagonizado por Rodrigo Santoro, é uma adaptação do best-seller de 2011, a primeira do autor português para o cinema.
Pelo segundo ano consecutivo, a formação de plateia se dá com a Mostrinha, reunindo 13 longas e sete curtas para o público infantojuvenil, com a bênção do criador da “Turma da Mônica”, Mauricio de Sousa, que assina o já disputado cartaz desta seção.
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O evento faz parte da temporada cultural Brasil-Reino Unido, que começa oficialmente amanhã e segue com várias atrações culturais em todo o país pelos próximos nove meses. Assim como nos últimos dois anos, a Mostra seguirá com filmes selecionados para a Amazônia. Este ano, como uma celebração da COP-30, irá para duas capitais da regiåo, Manaus (16 a 19/10) e Belém (23 a 29/10). De 14 de novembro a 14 de dezembro a Mostra chegará, com filmes específicos, no interior de São Paulo, em Araraquara, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Preto, São Carlos, Birigui, Registro, Jundiaí e Campinas.
Programação completa, lista de favoritos e compra de ingressos estão disponíveis no aplicativo da Mostra, que poderá ser baixado a partir de 10 de outubro em celulares com sistemas operacionais Android, pela Google Play, e iOS, pela App Store. O programa permite ainda a criação de agenda com datas e horários dos títulos escolhidos e, para credenciados, é possível reservar entradas.
Venda de ingressos: A partir do dia 11 de outubro, inicia a venda das permanentes e pacotes pelo app do evento (disponível para download a partir do dia 10, sexta-feira) e pelo site da Velox (a troca de ingresso ocorre pelo app, 6 dias antes de cada sessão).
- Permanente Integral (todos os dias e qualquer horário): R$ 640,00
- Permanente Especial (para sessões de 2ª a 6ª feira até às 17:55h, inclusive – não contempla finais de semana nem sessões noturnas): R$ 160.
- Pacote de 40 ingressos: R$ 440.
- Pacote de 20 ingressos: R$ 270.
Ingressos avulsos: Disponível para compra 4 dias antes de cada sessão pelo app do evento e pelo site da Velox, sempre a partir das 9h. No dia da sessão, uma pequena cota estará disponível para compra diretamente na bilheteria do cinema:
- Segundas, terças, quartas e quintas: R$ 26 (inteira) | R$ 13 (meia).
- Sextas, sábados e domingos: R$ 32 (inteira) | R$ 16 (meia).
2ª Mostrinha: Sessões nos endereços do circuito Spcine (26 CEUs, Centro Cultural São Paulo, Centro Cultural Olido, Biblioteca Roberto Santos) e na Sala Petrobras na Mostra são gratuitas. Já as exibições no Cinesala, no CineSesc e no Espaço Petrobras de Cinema são pagas, com valores de R$ 32 (inteira) e R$ 1 (meia). No CineSesc, menores de 12 anos entram gratuitamente.
A 49ª Mostra concede o Troféu Bandeira Paulista (uma criação da artista plástica Tomie Ohtake) aos filmes da Competição Novos Diretores. Os longas desta seção mais votados pelo público após as exibições da primeira semana do evento são submetidos ao júri, que escolherá os vencedores nas categorias melhor filme de ficção e melhor documentário — se os jurados desejarem, outras categorias também podem ser premiadas —, apresentados na cerimônia de premiação do festival.
O produtor sul-africano Atilla Salih Yücer, o produtor brasileiro Daniel Dreifuss, a cineasta portuguesa Denise Fernandes, a realizadora colombiana Laura Mora e o crítico-chefe da revista Variety, o norte-americano Peter Debruge, formam o júri desta edição.
Além de votar nas obras da Competição Novos Diretores, o público também escolhe o melhor filme estrangeiro e o melhor brasileiro.
Há também o prêmio dado pela crítica, escolhido por um grupo de jornalistas especializados em cinema que cobrem o evento e que, desde 2001, escolhem o melhor filme estrangeiro e melhor filme brasileiro da programação.
Outras premiações também serão entregues no encerramento do festival:
PRÊMIO ABRACCINE | Cinema Brasileiro – Desde 2012, um júri indicado pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema escolhe o melhor filme nacional exibido na Mostra de diretores estreantes e que não tenha sido premiado pela organização em outros festivais do país.
A Netflix entregará pelo terceiro ano consecutivo um prêmio, concedido a um título brasileiro participante da 49ª Mostra que ainda não tenha contrato com um serviço de streaming, a partir da escolha de uma comissão julgadora independente liderada pela plataforma. O vencedor do Prêmio Netflix será adquirido pela empresa e exibido em diversos países.
O Projeto Paradiso também volta a oferecer o Prêmio Paradiso, de apoio à distribuição nos cinemas a um dos filmes da seção Mostra Brasil. Esse auxílio visa o lançamento comercial da obra escolhida e estimula a conexão com o público. A escolha do vencedor será feita por meio de uma comissão externa a partir dos títulos mais votados pelo público.
Também será entregue o 3º Prêmio BRADA, de direção de arte, escolhido pelo BRADA, coletivo de diretoras de arte do Brasil, que traz a visão de profissionais mulheres sobre o audiovisual, destacando o trabalho criativo, visual e sensorial da direção artística.
A novidade da edição é o 1º Prêmio Prisma Queer, premiação independente abrigada na Mostra que visa celebrar, visibilizar e fomentar a produção audiovisual LGBTQIA+ no Brasil e no mundo.