Dezenas de pessoas se concentram em frente ao tribunal federal de Manhattan, em Nova York ,nesta sexta-feira (3), à espera da sentença do rapper Sean “Diddy” Combs. O veredito, que deve ser anunciado ainda hoje, pode determinar até 20 anos de prisão. Desde as primeiras horas da manhã, a movimentação chamou atenção: barracas e cadeiras foram armadas diante do prédio, e parte dos apoiadores está no local desde quarta-feira (1), aguardando o resultado do caso.
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Diddy foi condenado em julho por duas acusações de transporte para fins de prostituição, em processos que envolvem sua ex-namorada Cassie Ventura e uma segunda vítima identificada apenas como “Jane”. Por esses crimes, a lei americana prevê até dez anos de prisão em cada caso. No entanto, ele foi absolvido das acusações mais graves, como tráfico sexual e conspiração para extorsão.
Preso desde setembro de 2024, o artista teve sucessivos pedidos de liberdade sob fiança negados pela Justiça. Especialistas ouvidos pela revista Forbes avaliam que a pena deve ficar entre cinco e sete anos, embora a promotoria defenda pelo menos 11 anos de prisão. A defesa, por outro lado, pede que a punição não ultrapasse 14 meses, alegando que Combs não lucrou financeiramente com os episódios.
A imagem pública de Diddy começou a ruir no fim de 2023, quando Cassie Ventura o acusou de coerção, agressões e estupro em encontros que chamou de “freak offs” — festas de sexo e drogas promovidas pelo rapper. Embora tenha feito um acordo e retirado o processo horas depois, o episódio abriu caminho para novas denúncias. Em março de 2024, duas mansões do músico foram alvo de buscas federais, e meses depois um vídeo de 2016 mostrando ele agredindo Cassie se tornou público. Pouco depois, Diddy foi preso em um hotel de Nova York.
O julgamento, iniciado em maio de 2025, reuniu uma série de testemunhos que relataram violência, intimidação e manipulação. Segundo a promotoria, o artista teria usado sua influência para coagir mulheres ao longo de duas décadas. A defesa argumenta que as acusações são exageradas e que o processo foi conduzido de forma “excessivamente zelosa”.
Quem é Sean “Diddy” Combs
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Nascido em Nova York em 1969, Sean John Combs é um dos nomes mais influentes da história do hip-hop. Dono da gravadora Bad Boy Records, foi responsável por lançar artistas como Usher, Mary J. Blige e The Notorious B.I.G. O álbum No Way Out (1997) lhe rendeu um Grammy e consolidou sua carreira. Além da música, construiu um império empresarial nos setores de moda e bebidas. A revista Time já o descreveu como “o homem mais onipresente do hip-hop”.
Agora, aos 54 anos, o artista que moldou parte da cultura pop dos anos 1990 e 2000 enfrenta o capítulo mais delicado de sua trajetória. O tribunal de Manhattan será palco, nesta sexta-feira, da decisão que pode redefinir seu futuro.