Em novembro de 2023, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, foi capa da Revista ELA. Entre os seus estilistas favoritos, um não poderia estar fora do ensaio: Maurício Duarte. Da etnia Kaixana, suas criações foram adotadas pela primeira-dama para ampliar as vozes dos povos da Amazônia em eventos internacionais.
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Janja não está sozinha: em passagem pelo Brasil, em abril deste ano, o estilista presenteou a atriz Angelina Jolie com uma peça. A estrela amou. Recentemente, ele apresentou a coleção Drapé, resultado de um intercâmbio entre Brasil e França, na qual mergulha na técnica do moulage.
Em novembro, apresentará a coleção Ka’a Nheé’e — Espírito da Mata, em Trancoso. “A passarela é o momento de mostrar ao mundo o que foi feito com carinho”, comemora.
Natural de Manaus, Maurício, de 30 anos, deu os primeiros passos na moda ainda na adolescência, customizando camisetas com pinturas à mão. Era 2011: o jovem pilotava a marca D’arte Customizations, que, em 2016, seria rebatizada com seu nome. O trabalho artesanal sempre foi o ponto alto. “É algo que passa de geração em geração”, observa. “Evocar herança ancestral é lembrar da minha avó que fazia tapetes de retalhos e também falar da minha mãe, que, após a fibromialgia, mudou de área e passou a fazer bolsa com sobras de tecidos e de banner”, diz.
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O estilista, que já se apresentou duas vezes na São Paulo Fashion Week, é defensor do slow fashion. “O planeta está lotado. Precisamos repensar o destino correto das coisas. E é por meio das mãos que transmitimos afeto”, diz Maurício, que, no início do ano, recebeu diagnóstico de depressão. “Dei um descanso para o corpo, mente e alma. Foi necessário estar no Amazonas para entender que o meu trabalho só leva o meu nome porque é impossível eu me desassociar da minha missão.”
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Para o crítico de moda André do Val, o designer desempenha papel importante na indústria. “Tem uma obra delicada, que mistura silhuetas contemporâneas com técnicas artesanais, passando por uma pesquisa de materiais de sua região”, opina.

