O desaparecimento de um pai e uma filha após a menina de oito anos não ter sido levada por ele à escola intrigava os investigadores da Polícia Civil de Santa Catarina há 14 dias. Novos detalhes sobre o caso dão conta de que o pai de B.F.H., Anderson Rafael Hasse, planejou por pelo menos três meses a fuga com a menina, vendeu tudo o que tinha e reuniu R$ 60 mil para desaparecer.
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O sumiço de B.F.H. foi registrado no dia 6 de março, após ela ter sido vista pela última vez em Ilhota, no Vale do Itajaí. A criança teria sido vista na região do Morro do Baú, após um veículo de aplicativo deixar ela e o pai no local. O telefone do homem está desligado desde então, e ele agora é procurado pelos crimes de sequestro e cárcere privado e desobediência. A polícia não descarta a possibilidade de ele estar fora do estado ou até mesmo do país.
Segundo a Polícia Civil, o motivo do crime seria a perda da guarda dela e um suposto abuso cometido pelo avô materno contra a criança, conforme depoimento de amigos e familiares, que não acreditavam que de fato ele concretizasse a promessa. Anderson dizia que, se não sumisse com a filha, mataria o avô materno.
Durante as investigações, a polícia descobriu que Anderson vinha se desfazendo de seus bens de maior valor, como carro e instrumentos musicais, e também realizou um empréstimo bancário para financiar a empreitada criminosa. No total, o homem arrecadou mais de R$ 60 mil, quantia que foi totalmente sacada de suas contas bancárias.
“Quando foi deixado na região do Morro do Baú, em Ilhota, Anderson estava com várias malas e instrumentos musicais. Ele disse ao motorista que um amigo o buscaria para irem até Blumenau e, de lá, seguiria com colegas de trabalho para cidade de Piratuba passar o feriado de carnaval. No entanto, seus colegas negaram ter programado esse passeio”, relatou o delegado Bruno Fernando.
Para a polícia, Anderson está se valendo da alienação parental como forma de manipular a criança. De acordo com as investigações, a prática já vinha ocorrendo há meses e foi um fator determinante para a perda da guarda de B.F.H.
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Investigadores envolvidos no caso suspeitam agora que Anderson esteja recebendo auxílio para fugir. A polícia destaca que qualquer pessoa que colaborar com ele responderá pelos mesmos crimes, independentemente da relevância do auxílio prestado.
Após parecer favorável do Ministério Público, a prisão de Anderson foi deferida pelo Poder Judiciário pelo prazo de 30 dias. A Polícia Civil pede que qualquer informação sobre o paradeiro do pai e da filha podem ser divulgadas à investigação pelo Disque Denúncia 181 ou pelo telefone 47-9996-3160.