No novo cenário da comunicação, repetir fórmulas genéricas já não é suficiente — e nomes como Harry Styles, Drake e The Weeknd ajudam a ilustrar essa transformação. Cada passo dessas estrelas é cuidadosamente desenhado, com planejamento, identidade forte e foco em comunidades específicas. Esse nível de personalização tem influenciado empresas, criadores de conteúdo e até pequenos empreendimentos a repensarem a forma como se posicionam e se conectam com seus públicos.
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A exigência por narrativas mais autênticas e direcionadas tem moldado uma nova fase do marketing digital, na qual o “fazer para todos” cede espaço ao “fazer com propósito”. Uma pesquisa recente conduzida na Finlândia reforça essa virada: consumidores rejeitam mensagens genéricas e valorizam marcas que se comunicam com clareza, em sintonia com o contexto e as necessidades reais de quem está do outro lado.
Para Robson V. Leite, especialista em estruturação de negócios criativos e fundador da Agência de Valor, esse movimento representa uma transição significativa no mercado.
— Hoje, o cliente busca soluções específicas para suas dores. Quem ainda vende pacotes prontos acaba entrando numa guerra de preço. O futuro tende a favorecer quem tem posicionamento claro, processos bem definidos e pensamento estratégico — afirma.
Mais do que definir um nicho de atuação, trata-se de entender os desafios daquele grupo e desenvolver propostas relevantes. Um raciocínio que também se aplica a artistas como Drake, cuja linguagem visual, discurso e estilo foram moldados com profundidade, dialogando diretamente com um segmento que se sente representado.
Harry Styles é outro exemplo emblemático. Com uma curadoria estética refinada e escolhas alinhadas à sua identidade, ele conseguiu construir uma comunidade altamente engajada, que se conecta com sua autenticidade. Sua comunicação, longe de genérica, é minuciosamente pensada para seu público mais fiel.
Seguindo essa lógica, The Weeknd se consolidou como referência em lançamentos bem planejados, visual impactante e discursos culturais que ressoam com suas audiências. Seus projetos vão além da música: tornam-se movimentos simbólicos. É uma construção que exige visão, narrativa bem conduzida e coerência — atributos cada vez mais buscados também no universo corporativo.
Nesse novo contexto, cresce a demanda por agências especializadas, seja por segmento (como moda, beleza, educação ou saúde), seja por objetivo estratégico (retenção, expansão ou reposicionamento). A especialização, antes vista como uma limitação, passou a ser um diferencial competitivo.
Outro fator em ascensão é a capacidade de análise. Em um ambiente saturado de informação, quem não realiza diagnósticos precisos corre o risco de desperdiçar esforços.
— Sem estratégia, o conteúdo vira barulho, a mídia vira gasto e o branding perde força — alerta o especialista.
Essa transformação também impacta o papel dos profissionais nas agências, que deixam de ser apenas criativos para assumir a função de estrategistas de negócios.
Harry Styles, por exemplo, se tornou um verdadeiro líder de marca. Não apenas pela música, mas pela coerência visual, pelas mensagens que comunica e pela afinidade com o público que deseja alcançar.
Com o avanço da tecnologia e o uso crescente de inteligência artificial, produção de conteúdo e estética já não bastam. O que diferencia quem cresce de quem desaparece é a capacidade de criar significado — e, acima de tudo, de escutar e entender o que o outro precisa.
— Marketing é muito mais do que vender um produto, é construir conexões genuínas com o público através de uma história verdadeira e envolvente. No fim, quem entende e conduz essa narrativa sai na frente e transforma consumidores em verdadeiros fãs — conclui Robson.