Na madrugada da última terça-feira, a Igreja Presbiteriana de Copacabana, na Zona Sul do Rio, foi alvo de uma invasão criminosa que causou prejuízos materiais e profunda indignação entre os fiéis. Segundo a instituição, além de objetos furtados — como caixas de som, microfones, cabeamento, um microcomputador e grande quantidade de material de cozinha e limpeza —, os invasores promoveram uma verdadeira cena de desordem e sujeira. O que mais chocou a comunidade foi o ato de profanação: os criminosos defecaram dentro do templo e usaram toalhas brancas da mesa eucarística para se limpar.

  • Templo evangélico é invadido e depredado em Copacabana; criminosos defecaram no local e usam toalhas da mesa eucarística
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Igreja é invadida e depredada em Copacabana

— Episódios de invasão e furtos infelizmente não são inéditos, mas nunca tivemos um episódio dessas proporções. O que mais marcou e machucou a sensibilidade dos fiéis foi o fato de defecarem e usarem as toalhas usadas nas cerimônias — afirmou o presbítero José Mirabeau.

As câmeras de segurança da igreja registraram ao menos dois suspeitos durante a ação. Os invasores teriam acessado o interior do templo pela Rua Paula Freitas, forçando o portão da garagem. Em seguida, quebraram o portão interno e percorreram diversos ambientes, vasculhando salas, armários e gavetas.

As imagens já foram entregues às autoridades policiais. A perícia recolheu impressões digitais no local. Segundo o delegado Ângelo Lages, da 12ª DP (Copacabana), um dos suspeitos foi identificado: trata-se de um homem de 21 anos, com pelo menos quatro passagens anteriores pela polícia.

— Já identificamos um dos suspeitos na sexta-feira. Agora estamos aguardando o pronunciamento do Ministério Público e da Justiça. Ele é um criminoso contumaz — disse Lages.

Em nota, a igreja informou que reforçou grades, trancas e fechaduras, além de avaliar a contratação de um novo sistema de vigilância eletrônica. Apesar dos estragos, o santuário, os gabinetes da secretaria e os espaços da Escola Bíblica Dominical não foram atingidos.

— A gente se sente desconfortável. A igreja se sente entrincheirada, atrás das grades. Por outro lado, toda essa situação reforça a impressão de que estamos no lugar certo. Retrata uma realidade grave que só pode ser operada com a Graça de Deus — concluiu o presbítero.

Uma viatura da Polícia Militar deve permanecer em frente à igreja nos próximos dias, dando suporte à comunidade.

Neste domingo, a Igreja de Nossa Senhora da Lapa, uma das mais antigas de Campos dos Goytacazes, no interior do estado, também foi alvo de vandalismo. Vândalos invadiram o templo, destruíram uma imagem centenária da santa, arrancaram torneiras — o que causou alagamento —, danificaram ventiladores e levaram materiais do altar, incluindo equipamentos de som.

Vídeos registrados por fiéis mostram a extensão dos danos: a imagem de Nossa Senhora da Lapa em pedaços, o altar vazio e a sacristia encharcada. “Essa violação parece muito mais um ato de depredação do que, de fato, um furto ou roubo. Nada de valor foi levado, apenas destruíram tudo”, lamentou o Frei Francisco Maria, que celebrou ainda naquela manhã uma missa em desagravo.

Edvar Junior, arquiteto e empresário da cidade, relatou nas redes sociais que cálices e candelabros também foram furtados.

Presbítero de templo evangélico invadido em Copacabana se diz acuado: ‘Estamos entrincheirados’