Com o preço do petróleo no mercado internacional se aproximando dos US$ 60, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, foi às redes sociais para comentar sobre o preço da commodity. Sem entrar em detalhes, ela afirmou que “uma figura vale mais do que muitas palavras”, ao postar um gráfico com a cotação do barril em queda.
- Foz do Amazonas: Ibama pediu reunião para tratar de Margem Equatorial na próxima quinta-feira, diz Petrobras
- Fertilizantes: Petrobras anuncia retomada da produção na Bahia e em Sergipe para 2026
A postagem ocorre em um momento em que a estatal vem vendendo gasolina com preço 10% maior em relação ao mercado internacional e, por outro lado, comercializando diesel entre 4% e 7% mais barato em relação ao exterior.
Para especialistas ouvidos pelo GLOBO, a estatal estaria fazendo uma espécie de subsídio cruzado. Segundo Sérgio Araújo, presidente da Abicom, a associação que reúne os importadores, a estatal já vende gasolina no Brasil com preço maior há quase dois meses ante o preço internacional.
— Não sabemos exatamente o critério para precificar. Há subsídio cruzado, aparentemente, já que o diesel está com valor abaixo da paridade. Hoje é difícil responder se a estatal vai ou não reduzir o preço da gasolina, já que um movimento de redução na gasolina pode indicar a necessidade de aumento no diesel.
Ontem, em evento no Rio de Janeiro, Magda não comentou se a Petrobras vai ou não alterar os preços dos combustíveis. Perguntada se haveria uma redução, ela explicou as métricas que leva em consideração em sua política de preços:
— Paridade de preço de importação, paridade de preço de exportação e market share. É estabilidade de preço e evitar sobressaltos ao mercado brasileiro. Isso vale para diesel e gasolina. Não estamos fazendo nada de diferente — disse Magda.
Nesta quarta-feira, segundo a Abicom, a Petrobras vende gasolina no Brasil 9% mais cara em relação ao exterior, ao contrário do diesel, que está 4% mais barato.
Segundo Pedro Rodrigues, da CBIE, o preco do Brent vem sendo afetado com as tensões entre China e EUA, que freiam o otimismo sobre a demanda energética. Além disso, o mercado avalia o alerta da agência internacional de energia (IEA, na sigla em inglês) para possível superávit mundial em 2026, gerando cautela.
O petróleo opera em baixa, em torno dos US$ 62. Em junho deste ano, chegou aos US$ 77.