BRcom - Agregador de Notícias
No Result
View All Result
No Result
View All Result
BRcom - Agregador de Notícias
No Result
View All Result

Quais os sinais dados pelo Banco Central sobre o futuro da taxa de juros? Veja o que os economistas destacam

BRCOM by BRCOM
março 20, 2025
in News
0
Nova composição do Copom, com Gabriel Galípolo na presidência do BC — Foto: Divulgação / Banco Central

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou ontem a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual, de 13,25% para 14,25% ao ano, entregando o choque de juros prometido no fim do ano passado para tentar controlar a inflação. O Brasil tem agora o quarto maior juro real do mundo.

A Selic está no nível mais elevado desde outubro de 2016 e se iguala ao nível da crise do impeachment de Dilma Rousseff.

  • Juros: Entenda em 5 pontos a decisão do Banco Central que elevou a Selic para 14,25%
  • Calculadora novo Imposto de Renda: ferramenta do GLOBO mostra quanto você deixará de pagar. Faça simulações

Esse patamar já deve ser superado na próxima reunião, em maio, uma vez que o Copom indicou que deve aumentar a Selic, embora em menor ritmo. Se confirmado, chegará ao maior nível desde o primeiro governo Lula, em 2006.

Para as reuniões seguintes a maio, o Copom somente reforçou que a magnitude total do ciclo de alta de juros será ditada pelo “firme compromisso de convergência da inflação à meta” e dependerá da evolução da inflação, das projeções e expectativas de inflação, do hiato do produto (medida de aquecimento da economia) e do balanço de riscos.

  • Analistas respondem: Mudança no IR reduz desigualdade, aumenta consumo e ajuda popularidade de Lula?

Foi o quinto aumento consecutivo da Taxa Selic neste ciclo de aperto monetário, iniciado em setembro de 2024. O tom do comunicado foi considerado mais duro do que o esperado por economistas, particularmente na sinalização de um novo aumento em maio, por exemplo.

— É um comunicado que fortalece um aumento de 0,50 ou 0,75 ponto percentual em maio — diz a economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Natalie Victal.

Conteúdo:

Toggle
  • ‘Mais perto do fim que no meio’
  • Atividade econômica e riscos
  • BC diz que cenário exige postura ‘contracionista’
      • Quais os sinais dados pelo Banco Central sobre o futuro da taxa de juros? Veja o que os economistas destacam

‘Mais perto do fim que no meio’

Ela cita ainda a avaliação sobre a atividade econômica. Para Natalie, o BC foi cauteloso ao dizer que há sinais de “incipiente” moderação. Nesse contexto, e com a projeção de inflação longe da meta, ela prevê um aumento de 0,50 ponto em maio e outro de 0,25 ponto em junho, com a Selic chegando a 15%.

— Não achei ruim que, dadas as incertezas e a defasagem, o BC tenha dito que antevê um ajuste de menor magnitude. Está dentro do esperado, dado o nível do ciclo monetário, já está com a Selic em 14,25%, não é pouca coisa. Está mais perto do fim que no meio, faz sentido a redução do ritmo — afirma a economista-chefe e sócia da Buysidebrazil, Andrea Damico.

  • Em dia de alta da Selic: Lula diz que economia vai crescer mais de 3%, acima da estimativa do próprio governo

Natalie diz ainda que, até agora, “não há nada que desabone” o BC escolhido por Lula, que tem adotado decisões tecnicamente defensáveis:

— Isso acaba ajudando na credibilidade, mas o que dá credibilidade mesmo é entregar inflação na meta.

Rafael Cardoso, economista-chefe do Banco Daycoval, observa que, como a elevação dos juros era esperada, os aspectos do comunicado sobre o diagnóstico do cenário pelos diretores do BC e a sinalização da atuação futura eram mais importantes.

  • IR 2025: O que já tem na declaração pré-preenchida e o que ainda falta? Vale a pena esperar dados completos em abril?

Ele identificou no texto o “reconhecimento da incerteza maior no cenário internacional”, principalmente nos Estados Unidos de Donald Trump e suas repercussões no economia global. Para o economista, o comunicado também aponta a visão de que a “atividade econômica tem apresentado dinamismo ainda”, com “sinais de remodelação do crescimento” e uma inflação que “segue incomodando”.

— A gente achava que o Banco Central não daria sinalização para o futuro. E ele fez. Ele contratou, pelo menos, mais uma alta, ainda que de menor magnitude, e deixa a porta aberta para altas posteriores. Então, a gente sabe que pelo menos mais uma alta de taxa de juros teria, isso estava já no nosso cenário, mas a gente acreditava que o Banco Central não sinalizaria nessa direção, mas ele o fez.

  • Como declarar o Imposto de Renda 2025? Veja passo a passo como preencher a declaração

O economista diz que sua equipe prevê uma alta de 0,50 ponto percentual seguida de oura na mesma magnitude nas próximas duas reuniões do BC, com a Selic terminando o ano em 15,25%.

— A gente acha que isso é compatível com a comunicação do Banco Central, e, portanto, ainda que a gente tenha se surpreendido com o compromisso do BC, esse anúncio, já estava no nosso cenário, e, portanto, não altera nossa percepção.

Na visão de outros analistas, o BC tende a desacelerar o ritmo para um aumento de 0,50 ponto percentual, como indicado na curva dos juros futuros. Além disso, alguns especialistas avaliam que o ciclo de aperto monetário pode ir até junho — quando o mercado precifica mais 0,25 pp de alta.

  • Oportunidade: Alta na Selic torna mais atraentes investimentos em renda fixa, como os novos títulos isentos de IR do BNDES

— BC deixou em aberto para as seguintes, o que acho importante num momento de incerteza externa, expectativas pressionadas, com quadro de desaceleração ainda incipiente — diz Fernando Gonçalves, superintendente de Pesquisa Macroeconômica do Itaú.

Atividade econômica e riscos

Assim como outros especialistas, ele vê impacto limitado na curva de juros futuros, dado que o BC sinalizou a desaceleração do ritmo de aperto já precificada pelo mercado.

— O BC não se comprometeu com nada muito além da próxima reunião, mas já enxerga uma desaceleração — diz Gonçalves. — O mercado já tinha nos preços uma alta de juros até cerca de 15%, mas talvez preços não se movam tanto em termos de curva de juros.

Para Marco Antonio Caruso, economista do Santander, o BC adotou uma comunicação neutra ou marginalmente mais hawk (termo que indica tendência mais contracionista).

— Fraqueza incipiente da atividade passou da ata para o comunicado, mas ainda não mereceu ocupar seu espaço no balanço de riscos, que se manteve assimétrico conforme nós esperávamos — avaliou. —Juntando tudo, me soou como preferência por mais 0,50 ponto percentual em maio e porta aberta para junho.

Débora Nogueira, economista-chefe e sócia da Tenax Capital, concorda:

— Comunicado é consistente com nossa estimativa de taxa terminal em 15,0%, considerando mais uma alta de 0,5 ponto percentual na próxima reunião, seguida por um último ajuste de 0,25.

— Trata-se de um comunicado de um Banco Central que já atingiu o pico do aperto monetário e, na ausência de novos choques, caminha para encerrar o ciclo. Para o mercado, não deve haver surpresa, me parece bem neutro.

Milena Landgraf, CIO na Jubarte Capital, avalia que a novidade do comunicado do BC foi “mencionar os efeitos defasados da política monetária”, o que para ela pode sugerir que autoridade monetária pode estar vendo como próximo o fim do ciclo de alta da Selic:

— Uma nova alta para além da próxima reunião ainda está na mesa e dependerá da evolução do cenário, principalmente da dinâmica do câmbio e das expectativas de inflação. Meu cenário base de uma alta de 0,50 ponto percentual seguida de uma alta de 0,25 continua válido.

BC diz que cenário exige postura ‘contracionista’

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o aumento da Selic já estava previsto, mas afirmou que só vai comentar a decisão com detalhes após a publicação da ata da reunião do Copom, na semana que vem.

No comunicado, o BC ressaltou que o cenário atual é marcado por um afastamento adicional das expectativas de inflação da meta, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Segundo o Copom, esse ambiente “exige uma política monetária mais contracionista”, ou seja, um juro mais alto.

Nova composição do Copom, com Gabriel Galípolo na presidência do BC — Foto: Divulgação / Banco Central

O BC destacou que os dados de inflação recentes mostraram aumento e mantiveram-se acima da meta, que é de 3% em 12 meses, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

O IPCA, índice oficial de inflação, foi de 4,56% em janeiro para 5,06% em fevereiro. As expectativas de inflação também continuaram se deteriorando. Para 2025, subiram de 5,50% para 5,66% e, para 2026, de 4,22% para 4,48%.

Por outro lado, as projeções oficiais de inflação do BC tiveram um leve alívio em relação à reunião anterior do Copom, em janeiro, embora ainda estejam muito longe da meta de 3%.

Para este ano, passou de 5,2% para 5,1%, enquanto para o terceiro trimestre de 2026, horizonte com que o BC atualmente trabalha para colocar a inflação na meta, recuou de 4% para 3,9%. A queda do dólar ajudou: em janeiro, estava acima dos R$ 6; ontem, encerrou a R$ 5,64.

O BC também fez uma avaliação ligeiramente mais favorável para o cenário, ainda que com cautela. A avaliação é que a atividade econômica começa a se arrefecer. Um exemplo é a surpresa negativa com o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2024, que subiu apenas 0,2%.

Atualmente, o BC considera que a economia está sobreaquecida, ou seja, que está operando acima da estrutura produtiva do país, o que gera pressões inflacionárias.

No comunicado, o Copom ainda afirmou que o ambiente externo “permanece desafiador”, em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, citando especificamente a incerteza sobre a política comercial de Donald Trump e seus efeitos na economia global.

Quais os sinais dados pelo Banco Central sobre o futuro da taxa de juros? Veja o que os economistas destacam

Previous Post

Juro alto e Bolsa barata atraem capital estrangeiro para o Brasil e derrubam dólar. Entenda

Next Post

Autor de correspondência de ‘pênis com asas’ será sabatinado pelo Senado para assumir embaixada

Next Post
Desenho obsceno enviado a diplomata — Foto: Imagem obtida pela coluna do Lauro Jardim

Autor de correspondência de 'pênis com asas' será sabatinado pelo Senado para assumir embaixada

  • #55 (sem título)
  • New Links
  • newlinks

© 2025 JNews - Premium WordPress news & magazine theme by Jegtheme.

No Result
View All Result
  • #55 (sem título)
  • New Links
  • newlinks

© 2025 JNews - Premium WordPress news & magazine theme by Jegtheme.