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‘Se fosse só um cadeirante, jamais aceitaria’

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setembro 13, 2025
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O ator Guilherme Magon tem 20 anos de carreira no teatro e no streaming — Foto: Hudson Rennan

Sem dizer uma única palavra, o ator Guilherme Magon protagonizou, ao lado da atriz Debora Bloch, a cena mais comentada das últimas semanas na novela “Vale tudo”. Na pele de Leonardo, filho “morto” que Odete Roitman esconde da família por ter graves sequelas de um acidente de carro, ele transmite a angústia do personagem pelo olhar. A interação entre mãe e filho, em um momento em que a vilã chora ao tentar acalmá-lo após uma crise, instigou o público a querer saber quem era o paulistano de 39 anos dono da atuação irretocável. “Quando li o roteiro entendi que seria minimamente emblemático. Foi um momento de entrega carregado de emoção”, diz. Debora o conheceu no primeiro dia de gravações, e elogia sua sensibilidade em cena. “Guilherme é uma pessoa doce e está fazendo um trabalho lindo. Esse é um personagem muito difícil para qualquer ator, mas está na medida certa, feito de uma maneira sensível e delicada.”

Sua entrada na trama, em junho, brinca, foi como “colocar a roda com o carro em movimento”. Descoberto por um “self-tape”, monólogo cadastrado no banco de atores da Globo, teve apenas quatro dias de preparação. Com a ajuda da fisioterapeuta Cristina Kurthy, aprendeu as posições na cadeira de rodas e como movimentar o corpo. “É um desafio físico, porque há uma gama abrangente de sequelas. A partir do meu estudo e intuição, a fisioterapeuta dizia o que cabia ou não”, explica Guilherme. Apesar do sucesso, não escapou das críticas quanto a sua escalação por não ser uma pessoa com deficiência. “Sabia que existia a possibilidade de gravar cenas antes do acidente e de uma recuperação do Leonardo. Era um papel com disponibilidade para três fases diferentes”, relembra ele. “Tive que ter paciência e respirar… Entendo as críticas, e se Leonardo fosse apenas um cadeirante, jamais aceitaria e tomaria o lugar de um ator com deficiência.”

O ator Guilherme Magon tem 20 anos de carreira no teatro e no streaming — Foto: Hudson Rennan

Embora seja o seu primeiro papel em novelas, Guilherme tem uma longa estrada na atuação, de quase duas décadas. Após a tentativa frustrada de estudar Publicidade, ingressou na escola de teatro Célia Helena, em São Paulo, aos 21. Pouco antes de se formar, mudou-se para o Rio, onde cursou também a Oficina de Atores da Globo, na mesma turma de Sophie Charlotte, Débora Nascimento e Thaila Ayala. “Não há nenhum artista na família, mas meus pais sempre me apoiaram. Mesmo nos tempos difíceis que passamos de grana, de saúde, jamais ouvi que ser ator não era uma profissão”.

Filho da pedagoga Solange Magon e do diretor de franquia José Mauro Magon, já falecido, Guilherme enfrentou, na infância, com os irmãos, Simone, de 45 anos, e Daniel, de 43, as consequências da doença do pai, diagnosticado com Parkinson. Por causa disso, sua mãe parou de trabalhar e os irmãos assumiram o sustento da casa. “Meu pai viveu 20 anos com a doença, que é progressiva com a piora dos sintomas. Ele precisava de muitos cuidados. Foi um perrengão. Nossa casa era própria e tivemos que vendê-la, nos mudamos para uma alugada”, conta o ator. Antes de engrenar na carreira, trabalhou dois anos como garçom até conquistar seu primeiro papel de destaque, no musical “Mamma mia!”, em 2010. “Musical não é a minha linha de frente, mas foi uma grata surpresa. Amo cantar e sinto que sempre aparecem oportunidades nesse lugar”, diz ele.

Ator relembrou o momento difícil na infância, quando o pai foi diagnosticado com Parkinson — Foto: Hudson Rennan
Ator relembrou o momento difícil na infância, quando o pai foi diagnosticado com Parkinson — Foto: Hudson Rennan

No ano seguinte, substituiu Reynaldo Gianecchini, diagnosticado com câncer, no espetáculo “Cabaret”, estrelado por Claudia Raia. Com o destaque em um papel central, Guilherme sentiu pela primeira vez a parte ruim da fama, quando pipocavam rumores na imprensa sobre um possível romance com Claudia, à época recém-separada de Edson Celulari. “Tivemos muita química em cena. Certa vez, saímos abraçados de um ensaio, felizes, e as pessoas achavam que estávamos juntos. É algo que assusta, existe uma indústria da fofoca, mas entendi que quanto menos você alimenta, menos aquilo cresce.”

Na plateia de uma das apresentações de “Cabaret” estava o ator Bruno Fagundes, um de seus melhores amigos e parceiro de cena na peça “Tribos”, em 2013. “O trabalho dele é preciso, dedicado e intuitivo e ‘Tribos’ foi um sucesso estrondoso, viajamos por 38 cidades e também para Portugal. Sempre conversamos sobre o quanto uma novela às vezes demora a acontecer e, quando rolou, comemoramos muito”, pontua Bruno. Na TV, Guilherme participou das séries “Assédio” (2018), do Globoplay, “O coro: sucesso, aqui vou eu” (2022) e “O som e a sílaba”(2024), ambas da Disney+. “O ‘não’ é muito comum na carreira de ator. Eu tinha uma intuição de que antes não era o momento de fazer novela. Sei do alcance de uma emissora como a Globo. Mais novo, talvez eu ficasse tenso e assustado. Agora, estou maduro e pronto para lidar com os desafios.”

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