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tradição italiana ganha cariocas e vira hábito nas ruas do Rio

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setembro 13, 2025
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Luisa Coladangelo, proprietária da gelateria Piemonte — Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Para esfriar a cabeça no meio da rotina agitada, a designer Camilla Duarte, 35 anos, se encontra com o amigo e maquiador Andre Florindo uma vez por semana em Copacabana, na Zona Sul do Rio, para tomar gelato. Naturais de São Paulo, os dois se apaixonaram pela sobremesa italiana que virou febre na cidade — um mercado que hoje reúne 333 fabricantes no estado, sendo 105 apenas na capital, segundo o Sebrae Rio.

— Sou um paulistano recém-chegado ao Rio de Janeiro, mas para mim, o gelato é a cara da cidade. Ambos são lindos, leves e conseguem nos alegrar, mesmo no meio da tarde de um dia de semana — contou, bem-humorado, Andre Florindo.

O maquiador está há cerca de um mês na capital, ainda não terminou o seu processo de mudança definitiva para o Rio, mas conta que a cultura do gelato chamou sua atenção rapidamente.

Enquanto Andre ainda se adapta ao Rio de Janeiro, Camilla já mora na cidade há mais de uma temporada. Sempre gostou de sobremesas geladas, mas foi à capital fluminense que desenolveu o hábito de tomar gelato.

— O Rio te dá mais vontade de viver, e o gelato também transmite isso. Se o dia está ruim ou difícil, você toma um gelato bem feitinho e já muda o estado de espírito. Não consigo ficar sem tomar, até porque parece que sempre tem alguém com um gelato na mão — relatou a designer.

Ela conta que, com o tempo, o consumo deixa de ser somente um refresco e se transforma em experiência. Acredita que naturalmente as pessoas passam a buscar sabores diferentes, estabelecem preferências e até criam uma relação de fidelidade com certas lojas. Mas, lembra Camilla, ” uma cultura não é criada de modo repentino”.

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  • Uma tradição que se reinventa
      • tradição italiana ganha cariocas e vira hábito nas ruas do Rio

Uma tradição que se reinventa

Apesar da popularidade, as gelaterias ainda despertam dúvidas nos consumidores cariocas. Uma das mais comuns é se o gelato seria apenas uma versão gourmet do sorvete, ou seria outro alimento e uma história própria.

Segundo Luisa Colandangelo, proprietária da Gelateria Piemonte, o termo significa literalmente “sorvete” em italiano, mas o produto vendido no Rio tem características próprias que fazem dele um alimento singular. Isto acontece, porque na prática o gelato se transformou em uma escola.

— Em poucas palavras, o gelato é um produto artesanal, fabricado com menos adição de gordura e com mais ingredientes naturais, incluindo creme de leite fresco. Além disso, tem menor incorporação de ar, o que gera mais volume e textura mais cremosa — explicou.

Luisa Coladangelo, proprietária da gelateria Piemonte — Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Esta diferença surge de séculos atrás. Entre diferentes versões compartilhadas, a mais aceita entre os mestre sorveteiros é a de que o gelato surgiu na Itália, durante o Renascimento, em preparos artesanais que combinavam frutas, creme de leite e açúcar. Algo que remete ao sorvete, que tem origem ainda mais distante, na China. Acredita-se que há dois mil anos, já misturavam neve, frutas e mel pela região. Assim como o gelato, o alimento atravessou os séculos e fronteiras até chegar no Brasil e se popularizar.

Um levantamento da Associação Brasileira do Sorvete e outros Gelados Comestíveis (Abrasorvete) mostra que a percepção de que os gelatos estão por todos os lados do Rio, reflete a realidade de um setor. O Rio de Janeiro aparece como terceiro colocado no ranking de maiores consumidores do produto no país, representando 9,73% do mercado. Fica atrás apenas de São Paulo, com 20% e Minas Gerais, com 9,87%.

Para Martin Eckhardt, presidente da entidade, o consumo médio no Rio supera a média nacional de 7,7litros por pessoa ao ano.

— Podemos afirmar que essa sensação de cultura do gelato no Rio está em sintonia com a consolidação de um mercado que está se profissionalizando. Vale dizer que, é realista pensar que até 2033 é possível aumentar em 50% o consumo no território fluminense — disse Martin.

O especialista acrescenta que as temperaturas elevadas da cidade são um fator significativo para o sucesso dessa nova cultura.

Lucas Mariano, proprietário da Sorvetiño — Foto: Ana Branco / Agência O Globo
Lucas Mariano, proprietário da Sorvetiño — Foto: Ana Branco / Agência O Globo

Lucas Mariano, 29 anos, mestre sorveteiro e proprietário da Sorvetiño, concorda com a afirmativa e acrescenta a praticidade do alimento para o surgimento desta cultura pelas ruas do Rio.

— Acredito muito no gelato como um alimento de passagem. Aqui no Rio de Janeiro é muito comum ver alguém que está andando pela rua, sofrendo com a temperatura elevada, olha a vitrine, para, escolhe um sabor, compra um gelato e leva embora na sua caminhada. Acaba se tornando uma relação de afeto também — disse.

Mas com a consolidação do mercado, surge mais concorrência entre as gelaterias. Segundo a Secretaria municipal de Ordem Pública, hoje existe um total de 277 Inscrições Municipal Ativas para atividade econômica. Assim, além da tradição italiana, as lojas precisam demonstrar criatividade.

No caso da Sorvetiño, a aposta fica por conta do cardápio dinâmico que trabalha com sabores que mudam semanalmente. Já a Piemonte, resolveu criar tortas de gelato. Outra empresa de destaque, a Momo, acredita em diferentes linhas de gelato como: sabores tradicionais e fit. E assim, combinando tradição italiana, criatividade e a experiência cotidiana de quem passa pelas ruas, o gelato torna-se hábito, pausa e afeto, consolidando-se como parte do estilo de vida carioca.

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