No meio da semana passada, Taylor Swift já havia batido mais um recorde da indústria fonográfica: as vendas na semana de estreia de seu novo álbum, “The life of a showgirl”, ultrapassaram as de “25”, de Adele, lançado há uma década. A única dúvida era até onde esses números subiriam até o fim da semana.
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A resposta: muito, muito alto — a um nível que amplia ainda mais o abismo entre o desempenho comercial de Swift e o de qualquer outro músico contemporâneo. As músicas de “The life of a showgirl” acumularam 681 milhões de streams nos Estados Unidos. O Spotify anunciou que “The fate of Ophelia”, a faixa de abertura, tornou-se a canção mais ouvida em uma única semana na história da plataforma.
“The life of a showgirl” terminou a semana com o equivalente a 4 milhões de vendas nos Estados Unidos, segundo o serviço de monitoramento Luminate. Em 2015, “25”, de Adele, vendeu 3.482.000 cópias logo na estreia — um total que permaneceu imbatível por dez anos. Agora há um novo Everest a ser escalado no mundo da música.
“The life of a showgirl” tornou-se o 15º álbum de Swift a alcançar o topo da parada Billboard 200, anunciou a revista Billboard nesta segunda-feira (13). Apenas os Beatles têm mais álbuns número 1, com 19.
A febre em torno de Swift foi alimentada por sua turnê “The Eras”, que terminou no ano passado como a turnê mais lucrativa da história, arrecadando mais de US$ 2 bilhões em ingressos para 149 shows. Nesta segunda, Swift anunciou dois projetos relacionados à turnê que chegarão ao Disney+: “The end of an era”, uma série documental em seis episódios sobre o desenvolvimento e os bastidores do espetáculo — com dois episódios lançados por semana a partir de 12 de dezembro —, e “The final show”, um filme-concerto com o último show da turnê, gravado em Vancouver, no Canadá, que também estreia em 12 de dezembro.
O número total atribuído a “The life of a showgirl” combina as vendas físicas e digitais com o desempenho do álbum em plataformas de streaming — um retrato do domínio absoluto de Swift em todos os formatos disponíveis.
O disco vendeu 3.479.500 cópias completas em CD, vinil, downloads e até fita cassete. Em plena era do streaming, ultrapassar 1 milhão de cópias vendidas já é uma raridade: até agora, o maior número de vendas tradicionais em 2025 (fora os de Swift) é de “Hurry up tomorrow”, de The Weeknd, com pouco mais de 500 mil unidades. Passar da marca de 1 milhão em uma única semana é um feito alcançável por pouquíssimos artistas — os últimos a consegui-lo, além de Swift e Adele, foram Lady Gaga, com “Born this way” (1.108.000 cópias vendidas em maio de 2011), pouco antes da chegada do Spotify aos EUA.
Na semana passada, “The life of a showgirl” vendeu 1.334.000 cópias em vinil, quebrando um recorde da era moderna de vendas na estreia — que já pertencia à própria Swift, com “The tortured poets department”, de 2024, que havia vendido 859 mil vinis.
Como tem feito em seus últimos lançamentos, Swift ofereceu múltiplas versões do álbum. Ao fim da primeira semana, já eram 38 edições diferentes, segundo a Billboard: 27 físicas (18 em CD, oito em vinil e uma em cassete) e 11 digitais, vendidas por até US$ 4,99, algumas incluindo faixas acústicas e trechos de gravações de rascunhos de voz de Swift.
Swift revelou o álbum em agosto, durante uma participação no podcast New Heights, apresentado por seu noivo, Travis Kelce, e o irmão dele, Jason, ambos jogadores de futebol americano. A campanha de divulgação incluiu várias entrevistas e o evento The Official Release Party of a Showgirl, uma exibição especial de 89 minutos em centenas de cinemas da AMC nos EUA e no Canadá, que arrecadou US$ 33 milhões em ingressos no fim de semana de estreia.
A recepção ao álbum foi mista, tanto entre críticos quanto fãs — com resenhas negativas e uma enxurrada de posts nas redes sociais criticando, entre outras coisas, as letras provocativas de Swift.
Em uma entrevista em vídeo com Zane Lowe, da Apple Music, Swift disse que recebia o “caos” do público de braços abertos e acrescentou:
“A regra do show business é: se é a primeira semana do lançamento do meu álbum e você está falando do meu nome ou do título do meu disco, você está me ajudando.”