A primeira morte creditada à estudante de Direito Ana Paula Veloso é do senhorio dela, Marcelo Hari Santana, no final de janeiro deste ano. A mulher confessou ter matado a vítima e ter ficado com o corpo em casa por cinco dias, o que impossibilitou exames complementares pelos peritos devido ao estágio avançado de decomposição. Apesar de pairar suspeitas sobre as circunstâncias da morte, a falta de provas levou ao fechamento do inquérito três meses depois. Inconformada, a família pediu a reabertura da investigação apontando suspeitas à Ana Paula. O pedido foi negado pela Justiça, mas chamou a atenção da polícia.
O inquérito da investigação da morte de Marcelo Hari foi arquivado pela Justiça paulista em 5 de maio deste ano, duas semanas antes de Ana Paula supostamente fazer sua quarta e última vítima, o tunisiano Hayder Mhazres. Os advogados da família de Marcelo Hari argumentaram que Ana Paula teria se apossado da casa da vítima e queimado possíveis provas de um eventual crime.
O Ministério Público opinou na ocasião pela manutenção do arquivamento, entendendo que a disputa pela casa não mostrava relação direta com a morte, a qual a polícia não tinha conseguido, até então, mostrar algum indício de crime ou autoria. O pedido de desarquivamento foi negado pela Justiça.
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Quase paralelamente, no entanto, o delegado Halisson Leite havia iniciado uma investigação sobre as ocorrências envolvendo Ana Paula. No relatório final em que pede o indiciamento dela por quatro assassinatos por envenenamento, entre eles o de Marcelo Hari, ele destaca que a ação da família levantou novos indícios que ajudaram na investigação.
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— Foi um processo de desarquivamento que foi mal analisado. Eles não se detiveram no que a gente estava falando, quase que desacreditando o que passamos. Se não fosse o delegado ter visto, talvez até hoje a gente não soubesse o que aconteceu no caso do Marcelo — diz o advogado Fábio Paiva Gerdulo.
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Em depoimento à Polícia Civil, a universitária Ana Paula Veloso confessou a morte de seu senhorio Marcelo Hari Fonseca. O crime ocorreu em 26 de janeiro, mas a estudante de Direito dividiu a casa com o corpo por 5 dias até chamar uma patrulha da Polícia Militar. Ela também confessou ter participado da morte de Neil da Silva, em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Ela também é acusada de outras duas mortes por envenenamento, mas negou sua participação na delegacia.