Tiroteios constantes assustam moradores de Barra Olímpica e Curicica: ‘Não era assim’

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— É um inferno, a gente que mora perto da Estrada Coronel Pedro Côrrea ouve o barulho muito mais alto. Tem gente nos prédios que está entrando em pânico e se afastando da janela das suas próprias casas. São vários tiros: metralhadoras, pistolas. Como a gente vai ter paz? — questiona.

Segundo ela, nos últimos dois meses os tiroteios se tornaram frequentes, e são mais comuns de madrugada, não importando o dia da semana.

No dia 26, a filha dela ficou presa na academia de crossfit, no horário do tiroteio.

— Eu ouvi os tiros e sabia que ela estava lá. Eu fiquei muito preocupada. Ela precisou esperar o fim do tiroteio como se estivesse esperando a chuva passar. Isso é um absurdo. Não podemos normalizar isso. Moro aqui há 15 anos e não era assim — protesta.

Moradores de Curicica registraram o tiroteio vindo da comunidade naquela data. Em vídeos divulgados nas redes sociais, o som dos disparos dura quase um minuto sem interrupção.

Segundo a Polícia Militar, o 18º BPM (Jacarepaguá) já havia sido acionado na noite anterior para verificar relatos de tiros na mesma localidade, mas, na ocasião, “nada foi constatado pelos policiais”. Na manhã do dia 26, novamente acionada, a corporação informou que reforçou o policiamento na região. Equipes do 18º BPM realizaram buscas dentro da comunidade, mas nenhum suspeito envolvido na ação foi localizado.

O GLOBO procurou novamente a Polícia Militar nesta segunda-feira para saber quais medidas de patrulhamento vem sendo tomadas para conter os tiroteios na região, mas ainda não houve retorno.

A região vem sendo cenário de ações policiais e guerra do tráfico nos últimos meses. Três suspeitos de integrar a milícia do Catiri, na Zona Oeste, foram presos em julho, quando estavam escondidos na comunidade Dois Irmãos. De acordo com a Polícia Civil, eles integravam um “bonde” de milicianos filmado quando passava em frente a policiais militares no Catiri, no último sábado. Com eles foram apreendidos quatro fuzis. Na ocasião, um quarto homem também foi detido. Ele é apontado como o número dois do grupo paramilitar que age na Dois Irmãos. Houve troca de tiros.