Achar uma lixeira nas ruas do Rio é uma tarefa cada vez mais inglória. Às vezes, é preciso andar mais de um quilômetro até achar alguma. O motivo, diz a Comlurb, é o vandalismo. Só de janeiro até o último dia 19 de setembro, 2.042 precisaram ser repostas na cidade. E, até o momento, Copacabana é a “campeã” de lixeiras trocadas por conta de vandalismo: foram 455 em 2025.
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Na esquina da Avenida Nossa Senhora de Copacabana com a Rua Joaquim Nabuco, uma dessas “vítimas” segue de pé, mesmo que já desencaixada da tampa e torta no poste. Situações parecidas são vistas em outros pontos do bairro, como na Avenida Atlântica e na Rua Barata Ribeiro, um mês após muitas delas serem repostas.
Somados, Copacabana, Centro (303) e Ipanema (226) concentram metade das papeleiras que precisaram ser recolocadas após atos de vandalismo no Rio neste ano. Na Rua do Riachuelo, por exemplo, via que liga o Centro à Lapa, a Comlurb precisou repor 25 papeleiras no fim de agosto. Mas algumas delas voltaram a ser destruídas logo em seguida, como uma entre a Rua do Senado e a Avenida Henrique Valadares.
— É um fenômeno antropológico meio inexplicável, porque (a papeleira) não tem valor comercial nenhum — lamenta Jorge Arraes, presidente da Comlurb. — Quando a papeleira está vandalizada, o próximo cara que passa, a não ser que seja muito consciente, acaba jogando o lixo no chão e isso atrapalha muito a produtividade do gari.
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Além de Copacabana, do Centro e de Ipanema, Barra da Tijuca, Leblon e Tijuca compõem a lista dos locais com mais casos de vandalismo a papeleiras na cidade. Desde 2021, o acumulado gasto com reposição é de R$ 3.877.198,95, incluindo cestas, fechos e fitas para a fixação nos postes.
Hoje, a cidade tem 38 mil papeleiras. Além delas, o Rio tem ainda 12 mil contêineres, em sua maioria de aço que, segundo a Comlurb, não têm sido alvo de criminosos, apesar de já ter registros de incêndio.