O sábado (18) no Rio promete ser de arte, cultura e celebração por todos os cantos da cidade. Do circo e da mágica nos jardins do MAM a poesia e música indígena na Casa de Rui Barbosa, passando pela moda sustentável em Santa Teresa e pelas danças populares no Quilombo Sacopã, diferentes iniciativas transformam o dia em um grande mosaico de criatividade e expressão. Gratuitos ou a preços populares, os eventos reúnem artistas, coletivos e comunidades em torno de arte, ancestralidade e sustentabilidade. Confira a programação.
O Museu de Arte Moderna se prepara para um dia inteiro de celebração, música e brincadeira. Neste sábado (18), do meio-dia às 19h, será realizada mais uma edição do Super Sábados no MAM, desta vez com o tema “Para brincar e cantar”, em homenagem ao mês das crianças. A programação gratuita promete transformar os pilotis e os jardins do museu em um grande parque de experiências artísticas, onde o público poderá participar de oficinas, assistir a espetáculos circenses e mergulhar em um clima de descoberta, afeto e diversão.
— Ao longo do dia, os visitantes também podem conferir as exposições do museu ou assistir a uma sessão na cinemateca. É uma alegria enorme oferecer uma programação tão diversa e ver o museu cheio de vida. Teremos oficinas e apresentações circenses especialmente voltadas para as crianças. E para agradar também aos adultos, um show inédito reunirá Moreno Veloso e Domenico Lancellotti — afirma Yole Mendonça, diretora executiva do MAM Rio.
Logo no início da tarde, o público será convidado a colocar o corpo em movimento na oficina “Corpos em equilíbrio: iniciação à acrobacia coletiva”, com os artistas Pepê Carvalho, Fábio Melo e Babi Oliveira. A atividade propõe uma vivência acessível para todas as idades, em que confiança, força e cooperação se misturam em um jogo de sustentação e parceria. Em seguida, a brincadeira ganhará novas cores na oficina “Mãos à obra: criando suas bolinhas de malabares”, conduzida pelo mesmo trio, que ensinará o público a confeccionar suas próprias bolinhas e dará os primeiros passos no universo dos malabares, despertando a coordenação motora e a imaginação.
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A programação segue com o espetáculo “Circo delivery”, da artista Denise Lomeli, que levará ao MAM a leveza e o humor da trajetória internacional da artista em escolas e festivais de circo. Sozinha no palco, Denise se transforma em múltiplas personagens, combinando acrobacia, palhaçaria e monociclo em números que equilibram técnica e improviso. Logo depois, o clima de encantamento continuará com o Show do Grande Mágico Diran. O ator e mágico apresentará uma performance interativa e repleta de truques, combinando humor e carisma.
O encerramento do evento será com o show de Moreno Veloso e Domenico Lancellotti, às 17h. Amigos de infância e parceiros musicais de longa data, os artistas se reencontram no palco do museu para um repertório construído ao longo de décadas de afinidade e experimentação.
Durante todo o evento, o MAM Rio também recebe, em seus jardins, a tradicional feira gastronômica Junta Local, reunindo produtores independentes, cozinheiros e empreendedores da cidade.
Cultura indígena na Casa de Rui Barbosa
A Fundação Casa de Rui Barbosa (Rua São Clemente 134, em Botafogo) abre as portas para um mergulho na arte e nos saberes dos povos indígenas. Das 9h às 18h, o espaço recebe o Dia Cultural, cuja programação integra o 20º Encontro de Escritores e Artistas Indígenas, com entrada gratuita e atividades que vão de oficinas e narração de histórias a shows e rodas de poesia.
O evento, idealizado pelo escritor e educador Daniel Munduruku, reunirá nomes como Eliane Potiguara, Márcia Kambeba, Aline Pachamama, Dauá Puri e Alexandra Krenak, além de artistas como Silvan Galvão, Oz Guarani e o DJ Anápuáka.
— Queremos celebrar os avanços conquistados: o aumento de escritores indígenas, as políticas públicas de valorização e o reconhecimento da literatura indígena no Brasil — afirma Munduruku.
A programação começa pela manhã com abertura musical e talk show sobre arte e cultura indígena, seguido por oficina de ilustração para crianças com Alexandra Krenak. À tarde, o público poderá acompanhar narração de histórias, roda de poesia, experiência sonora com instrumentos tradicionais e shows de carimbó e fusões musicais contemporâneas. O encerramento será com DJ Anápuáka, que apresenta uma discotecagem com batidas indígenas modernas.
Para o presidente da Fundação Casa de Rui Barbosa, Alexandre Santini, o encontro representa mais do que uma celebração artística.
— É o início de um diálogo e de uma escuta junto às comunidades indígenas, com o objetivo de integrar acervos de escritores indígenas ao Arquivo-Museu de Literatura Brasileira. Trata-se de um gesto de reparação histórica e de ampliação da visão plural da literatura nacional — diz.
Upcycling e transformação social
No alto de Santa Teresa, o Casarão dos Prazeres se transforma, às 11h, em passarela de moda, arte e transformação social. O espaço recebe o desfile de encerramento do LAB de Moda Prio, uma iniciativa do Instituto Dona de Si, criado pela atriz e empresária Suzana Pires, que há cinco anos forma e impulsiona mulheres por meio da costura, da modelagem e do empreendedorismo criativo. As criações apresentadas na passarela serão vendidas de forma coletiva, com a renda dividida igualmente entre as participantes.
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— É a primeira vez que investimos 100% em reaproveitamento de tecido, sem geração de resíduos. As peças foram produzidas com muito experimentalismo e com consciência ambiental — explica Suzana.
Nesta primeira edição do LAB em parceria com a Prio, 60 mulheres apresentarão as peças que criaram ao longo de meses de trabalho coletivo. O ponto de partida foi o upcycling, técnica que reaproveita tecidos e materiais já existentes; e o desafio, transformar macacões usados pela empresa em novas peças cheias de estilo e significado. A partir desse processo, surgiram calças, jaquetas, bolsas e acessórios, todos confeccionados em grupo. Da criação ao tingimento, do corte à costura, tudo foi feito de maneira colaborativa, com cada participante contribuindo em todas as etapas. O resultado é uma coleção que combina sustentabilidade, design e autonomia feminina, expressando a força de um aprendizado coletivo.
Encerrando a temporada de desfiles, o instituto lança também uma nova ação em parceria com a Privalia, que promete dar um novo sentido à Black Friday. Da próxima segunda-feira até o fim deste mês, o público poderá doar roupas em bom estado nos lockers da Clique Retire. As peças arrecadadas serão a matéria-prima do LAB de Moda Privalia, no qual mulheres atendidas pelo instituto vão customizar e transformar cada item em novas criações de upcycling.
Quem doar receberá um voucher de R$ 100 para compras acima de R$ 349 na Privalia durante a Black Friday.
Roda a Saia destaca manifestações populares
O Quilombo Sacopã (Rua Sacopâ 250, Lagoa) recebe, a partir das 17h, a segunda edição do projeto Roda a Saia, que celebra a força da cultura popular e as tradições que moldam a identidade brasileira, em um encontro que une música, dança e ancestralidade.
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A programação reúne ritmos como samba, carimbó, maracatu, coco e ciranda, além de uma vivência coletiva conduzida por Danielle do Valle Garcia, idealizadora da iniciativa.
— O projeto nasceu do desejo de criar um espaço onde as pessoas possam expressar o que a saia desperta em cada um. Celebrar a potência do movimento e reafirmar a potência de ser. Não é necessário saber dançar — diz ela.
A atração principal é Letto e o Baile Norteado, com participação da cantora Ana Rosa, em um show que mistura sonoridades do Norte e do Nordeste com o balanço carioca. O evento terá ainda intervenção performática.
O ingresso custa R$ 30, mas quem for de saia rodada paga R$ 20.