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Emissários de Trump se reúnem com Netanyahu após ataques em Gaza; entenda possíveis conflitos de interesses em negociação

BRCOM by BRCOM
outubro 21, 2025
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Persistem dúvidas sobre plano de Trump para Gaza
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Uma porta-voz do premier afirmou que eles discutiram “os desenvolvimentos e acontecimentos da região”, sem dar detalhes. Segundo o jornal Haaretz, na terça-feira Kushner e Witkoff se reunirão com famílias de reféns que morreram em Gaza, pouco antes da chegada do vice-presidente dos EUA, JD Kushner, a Israel, para uma visita oficial.

Durante as negociações, o Hamas alegou não ser capaz de recuperar todos os corpos dos reféns mortos. Mas parentes das vítimas e alguns políticos da coalizão de Netanyahu afirmam que essa é uma violação do cessar-fogo — que estabelecia o retorno de todos os reféns, vivos ou mortos —, e defendem a retomada da guerra imediatamente. Os emissários americanos afirmam que o acordo segue intacto e respeitado pelos dois lados.

Persistem dúvidas sobre plano de Trump para Gaza

Dentre as muitas quebras que Trump promoveu com o establishment diplomático, poucas se destacaram como suas políticas para o Oriente Médio. A pressão para a normalização dos laços das monarquias árabes com Israel, guiada por aspectos econômicos, a busca por “grandes acordos e a escolha de quadros não diplomáticos para negociações difíceis.

É o caso de Kushner, seu genro, e de Witkoff, um bilionário sem experiência no setor público. Como Trump, ambos têm forte ligação com o setor imobiliário, e os indícios de conflitos de interesse, especialmente sobre o futuro de Gaza, se acumulam.

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A começar por Jared Kushner, casado com a filha mais velha de Trump, Ivanka, e que no primeiro mandato do republicano construiu laços com governos no Oriente Médio após ser encarregado de montar as bases dos Acordos de Abraão, voltados à normalização de laços com Israel. Até o momento, quatro países árabes — Marrocos, Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Sudão — se juntaram ao plano, e o sonho do republicano é incluir a Arábia Saudita nesta lista. Após a derrota de Trump para Joe Biden em 2020, e em meio ao caos pós-invasão do Capitólio, em janeiro de 2021, passou a dedicar seus dias ao setor de investimentos sem deixar de lado os laços construídos com o Golfo Pérsico.

Sua empresa de investimentos, a Affinity Partners, gerencia cerca de US$ 3 bilhões em ativos, e tem entre seus parceiros fundos soberanos do Catar (mediador das conversas em Gaza), Emirados Árabes Unidos (signatário dos Acordos de Abraão), e Arábia Saudita (um dos maiores parceiros dos EUA no Oriente Médio). Segundo estimativas, 99% de todo o’capital gerenciado pela Affinity vem de clientes estrangeiros. A Affinity ainda tem laços com um conglomerado israelense, o Shlomo Group, que tem participação na única fabricante local de barcos e navios para a Marinha do país.

Para Kushner, a paz no Oriente Médio não deve ser um fim por si só, mas sim a parte principal de um processo que permita a maior integração entre os países,especialmente com a normalização dos laços com Israel — seu pai, Charles Kushner, é um grande doador a causas pró-Israel, e Netanyahu chegou a ficar hospedado na casa da família no estado de Nova Jersey. Para analistas, essa proximidade com o premier, além de uma autorização expressa de Trump para que ele e Witkoff conseguissem um acordo, foi crucial para convencer os israelenses a aceitarem seu plano de paz.

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No ano passado, disse em uma palestra na Universidade Harvard que os terrenos de frente para o mar em Gaza “teriam muito valor”, e sugeriu que a população fosse removida para outro lugar durante o processo de limpeza. Quase um ano depois, a ideia foi repetida por Trump na Casa Branca — a “Riviera” em Gaza —, e o presidente foi acusado de defender um crime de guerra. Não há menção à remoção de civis no acordo firmado entre Israel e Hamas, mas entre os interessados na reconstrução estão alguns dos clientes da empresa de investimentos de Kushner.

— O que as pessoas chamam de conflitos de interesses, Steve [Witkoff] e eu chamamos de experiência e relacionamentos de confiança que temos em todo o mundo — afirmou Kushner, ao lado de Wifkoff, em entrevista ao programa “60 Minutes”, da rede CBS, exibida no domingo. —Temos relacionamentos de confiança no mundo árabe e até mesmo em Israel, onde já fizemos negócios no passado. Mas isso significa que eles confiam em nós.

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Tal como Kushner, Steve Witkoff tem laços financeiros antigos com o Oriente Médio. Em 2018, fundos estatais do Catar e dos Emirados Árabes Unidos o ajudaram em um plano de renovação de um hotel em Nova York, marcado por problemas de projeto e por uma investigação por fraude. Um de seus filhos, Alex, esteve no Catar em outubro do ano passado para um evento econômico, cujo objetivo era “explorar oportunidades promissoras no setor imobiliário”, local.

Witkoff conhece Trump há cerca de quatro décadas, e sempre recorda de quando pagou um sanduíche de madrugada para o hoje presidente, em 1986, durante as negociações de um projeto. Nas décadas seguintes, se tornou um grande empresário do setor imobiliário — ele alega que por influência de Trump —, angariando uma fortuna estimada em US$ 2 bilhões. Em 2020, no primeiro governo do republicano, atuou como conselheiro em um dos grupos de trabalho para reativar a economia dos EUA, em meio à pandemia da Covid-19.

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Logo após a segunda eleição do republicano, os dois discutiram a ideia de tornar Witkoff o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio. Antes da posse, ele participou, ao lado do então emissário de Joe Biden, Brett McGurk, do plano para o cessar-fogo firmado em janeiro, e enterrado semanas depois. À CBS, afirmou que manter relações próximas com chefes de Estado e líderes econômicos regionais, ao mesmo tempo em que negocia acordos que podem render bilhões a empresas de um setor no qual atua, não configura conflito de interesses.

— Não achamos que cruzamos nenhuma barreira ética — declarou Witkoff, citando pelos apelidos alguns dos líderes mais importantes da região. — Não estávamos falando com funcionários subalternos ou júnior de lá. Estávamos falando diretamente com as pessoas que tomam as decisões finais. E isso acabou se tornando muito, muito crucial para o nosso sucesso.

Além de Gaza, Witkoff desempenha um papel central nas conversas, até agora infrutíferas, sobre a guerra na Ucrânia. Ele se reuniu em várias ocasiões com o presidente Vladimir Putin no Kremlin, mas sem a participação de intérpretes americanos — apesar de suas origens judaico-russas, ele não domina o idioma de Tolstói. Na entrevista à CBS, ele se mostrou otimista com um acordo sobre a guerra iniciada em 2022, apesar da falta de avanços que visivelmente incomoda Trump.

— Fazer um acordo de paz está se tornando contagioso. As pessoas querem fazê-lo. As pessoas querem chegar a esse ponto. Não é coincidência que líderes estejam vindo à Casa Branca dizendo: “Como nós fazemos para levar um acordo de paz, como seguir adiante, na Ucrânia?”.

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