Irmã da jovem, Mariana, chegou ao IML, no Centro do Rio, para onde foram levados os restos mortais O corpo da publicitária Juliana Marins, de 26 anos, que morreu ao cair numa encosta no Monte Rinjani, na Indonésia, está sendo submetido a uma nova autópsia no Instituto Médico-Legal (IML), no Centro do Rio, na manhã desta quarta-feira. A previsão era de que o trabalho dos peritos começasse por volta das 9h.
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A nova autópsia foi pedida pela família, com apoio da Defensoria Pública da União (DPU) e está sendo acompanhada por um representante da família, o legista Nelson Massini, professor de medicina legal. Mariana Marins, irmã da jovem, também está no IML. Ela entrou rapidamente e sem falar com a imprensa.
A expectativa é que que essa nova perícia esclareça alguns pontos, como por exemplo a data e horário precisos que Juliana morreu, além de identificar possível omissão de socorro pelas autoridades locais.
Uma autópsia feita na Indonésia cinco dias depois do acidente concluí que a morte foi provocada por um trauma, com fraturas, lesões em órgãos internos e hemorragia intensa, e que ela morreu 20 minutos após o trauma.
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Alexandre Cassiano
O corpo da jovem chegou ao Rio uma semana depois da constatação de sua morte. A urna funeral foi trazida do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, por um avião bimotor da Força Aérea Brasileira (FAB). O translado entre a Indonésia e o Brasil foi feito num voo da companhia Emirates, que aterrissou às 17h10. No começo da noite o corpo foi trazido para o Rio.
O acompanhamento por um representante da família faz parte de um acordo entre a Advocacia-Geral da União (AGU), a Defensoria Pública da União (DPU) e o governo estadual, após determinação da Justiça Federal. A expectativa é que essa nova perícia, a pedido da família, esclareça alguns pontos, como por exemplo a data e horário precisos que Juliana morreu, além de identificar possível omissão de socorro pelas autoridades locais.
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Reprodução da internet
O que falta esclarecer
Não está claro qual queda, de fato, provocou a morte de Juliana. Isso porque turistas conseguiram filmá-la com movimentos cerca de três horas após ela ter caído da trilha, como mostram as imagens. No vídeo, Juliana aparece sentada na fenda de uma rocha e mexendo as mãos.
Questionado pelos repórteres presentes na coletiva sobre quando teria ocorrido esse intervalo de tempo — se antes do resgate ou após uma das quedas —, o legista respondeu: “Antes das 22h05”. No entanto, não fica claro a que dia ele se refere. Juliana caiu no Monte Rinjani na manhã de sábado, dia 21 (horário local), e o corpo foi resgatado quatro dias depois, na tarde da última quarta-feira. Em entrevista à BBC Indonésia, o médico legista afirmou que, pelos seus cálculos, Juliana Marins teria morrido entre 1h e 13h da quarta-feira, dia 25 de junho (no horário local). A estimativa, no entanto, diverge da informação divulgada pela Agência Nacional de Busca e Resgate da Indonésia (Basarnas), que, um dia antes, na terça-feira à noite (horário local), a equipe de resgate encontrou a brasileira já sem vida. Quanto a divergência de informações, o médio legista contou à BBC que “há uma diferença de cerca de seis horas em relação ao horário mencionado por Basarnas”.
O legista indonésio não especifica quantas quedas ou impactos o corpo pode ter sofrido. Informa que quando eles ocorreram, foram simultâneos.
A chegada do corpo ao Rio
O corpo de Juliana chegou ao Rio uma semana após a constatação de sua morte. Uma prima de Juliana estava no aeroporto — a mesma que acompanhou o pai, Manoel Marins, até a Indonésia. Na chegada do avião, ela não conteve as lágrimas. Aos prantos, acompanhou a transferência do caixão da aeronave para o carro da Defesa Civil estadual. Manoel Marins falou ao GLOBO sobre o alívio com a chegada do corpo da filha.
— Sensação de alívio. Agora vamos poder dar a esse infortúnio um encerramento digno — afirmou.