Quem já procurou ajuda estética para diminuir medidas notou que os tratamentos com tecnologias podem atuar no aquecimento ou no congelamento da gordura. Esses tratamentos são geralmente indicados para pessoas que têm bons hábitos de vida e tentam eliminar principalmente aquelas gordurinhas mais resistentes. “Com dietas e exercícios, perdemos gordura no corpo inteiro. Aquela mais localizada geralmente é a última a ir embora. Para chegar nesse objetivo, muitos pacientes diminuem demais o percentual de gordura corporal e ficam, por exemplo, com o rosto mais abatido. Para evitar esses casos, tanto o aquecimento quanto o congelamento das células de gordura podem ajudar a reduzir medidas”, explica a dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD).
A profissional explica que esses procedimentos não podem ser vistos como um tratamento para emagrecimento, pois não são responsáveis por uma perda expressiva de peso. “Eles são aliados para redução de gordura localizada e são ótimas indicações para refinar os resultados da dieta e dos exercícios físicos”, completa. Mais recentemente, técnicas de micro-ondas seletivas, eletroestimulação e mecanoestimulação também apareceram nos consultórios médicos. “Para tratamento de gordura localizada, além do microondas de gordura, o Onda Cool Waves, e os aparelhos de congelamento de gordura, as criolipólises, são muito usados também os aparelhos de radiofrequência, que entregam uma melhora da flacidez”, afirma a dermatologista Flávia Brasileiro, também da SBD.
Eles, porém, são menos eficazes para tratamento de gordura, por serem uma tecnologia de atuação mais superficial. “Outros aparelhos estão muito em voga para tratamento de gordura localizada, como o Morpheus, que é a radiofrequência microagulhada, e as ponteiras Tite, do Bodytite (plataforma completa do Morpheus) além do Endolaser, porém já saem da categoria de procedimentos não invasivos. Tudo dependerá da indicação médica”, continua ela.
Paola Pomerantzeff explica que a técnica padrão-ouro do CoolSculpting, a criolipólise, foi desenvolvida em Harvard e pode ser responsável por uma redução de até 25% de gordura localizada da região tratada. “Esse procedimento age pelo congelamento seletivo das células de gordura que, sensíveis às temperaturas frias, entram em processo de apoptose (morte programada). Assim, são eliminadas posteriormente pelo sistema linfático”, diz a médica.
A tecnologia é versátil e é indicada para tratamento de gordura localizada no culote, abdômen (“pochete”), flancos (“pneus” na cintura), papada e braços. “Há ponteiras para regiões específicas que respeitam a anatomia da região e, também, para volumes específicos. Conseguimos tratar pequenos volumes de gordura também com esse procedimento”, afirma Paola.
Mas tudo depende da área a ser tratada…
…e do volume de gordura encontrado na região. Para áreas menores, como uma gordurinha do sutiã, por exemplo, a dermatologista explica que a radiofrequência microagulhada do Morpheus 8 é indicada. “O equipamento traz microagulhas que ultrapassam a primeira camada da pele e liberam energia térmica de radiofrequência na camada de gordura, o que ajuda a consumi-la. Esse calor produzido é responsável por eliminar as células de gordura”, pontua ela.
Outra técnica muito utilizada é o ultrassom macrofocado, cuja energia agora pode ser entregue simultaneamente à tecnologia de eletroestimulação muscular com Atria II. “A ponteira Sculpt combina o ultrassom macrofocado, que tem maior área de ação e entrega energia mais profundamente na pele, com a radiofrequência bipolar e o campo eletromagnético na mesma ponteira”, aponta o dermatologista Alexandre Filippo, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia e da Academia Americana de Dermatologia. Além de melhorar a qualidade da pele pela radiofrequência e estimular a musculatura com o campo eletromagnético, a energia do ultrassom macrofocado estimula o colágeno para aumentar a firmeza da pele. “E ainda consegue trabalhar a camada de gordura com mais intensidade, promovendo a compactação da gordura localizada e a retração dos septos fibrosos característicos da celulite”, destaca.
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Tratamentos com micro-ondas seletivas, como o Coolwaves, também são indicados. “O procedimento Onda Cool Waves é uma tecnologia italiana patenteada por uma empresa chamada DECA, que conseguiu colocar a tecnologia de microondas em um aparelho para tratamento estético. Ele libera uma energia de onda curta com profundidade de 0,8 a 2 cm e que aquece a profundidade do subcutâneo, ou seja, a gordura, até 60 graus, que é uma temperatura capaz de fazer quebra das células de gordura de uma maneira definitiva”, conta a dermatologista Flávia Brasileiro. Esse calor é mais intenso na região da gordura, porém, sobe e se reflete na pele. Por segurança, a ponteira que entrega essa energia também é resfriada em torno de menos 5 graus, fazendo um resfriamento que serve como uma proteção da pele contra queimaduras. “O calor, ao subir para a pele, tem capacidade de promover estímulo de colágeno. Então, é um tratamento que age na gordura localizada e na flacidez”, destaca ela.
Apesar do nome Cool Waves, esta não é uma técnica de congelamento. “Pelo contrário. Ele atua por aquecimento interno profundo, sendo altamente eficaz na redução de gordura localizada, melhora da celulite e da flacidez cutânea. É uma das tecnologias mais modernas e completas para remodelação corporal não invasiva”, completa o dermatologista Renato Soriani, membro da SBD, complementando que o tratamento pode ser associado ao LPG Endermologie. “Ao estimular a remodelação dos tecidos e a drenagem linfática, o tratamento ajuda a compactar a gordura e também a eliminar as células gordurosas destruídas pelos outros tratamentos”.
Mas afinal, quais pacientes podem se beneficiar desses tratamentos? “São indicados para pacientes que tem o IMC dentro do normal, ou seja, o índice de massa corpórea até 25 ou no máximo 27 e 28, portanto não são indicados para pacientes obesos”, destaca a Dra. Flávia. “Esses tratamentos são indicados para pacientes com gordura localizada leve a moderada e boa elasticidade da pele, que desejam evitar cirurgia e tempo de recuperação. Mas não substituem a lipoaspiração em casos com volume de gordura elevado, excesso de pele e necessidade de resultados imediatos e intensos. Em alguns casos, os tratamentos estéticos podem ser usados como preparação ou complemento à lipo”, completa o Renato Soriani.