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Xi Jinping corteja parceiros asiáticos, como Vietnã e Malásia, após acirramento de guerra comercial com os EUA

BRCOM by BRCOM
abril 14, 2025
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Tarifas 'olho por olho' na guerra comercial entre EUA e China — Foto: Edição de arte

O presidente Xi Jinping, da China, deu início nesta segunda-feira a um périplo de uma semana pelo Sudeste Asiático. A primeira parada foi o Vietnã, onde desembarcou, em Hanói. As próximas serão na Malásia e no Camboja. Xi vem estreitando laços com nações vizinhas, à medida que as tarifas americanas ameaçam cadeias de suprimentos regionais e globais e o próprio crescimento econômico chinês.

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Xi tenta se apresentar como um sócio confiável e estável, em contraste com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que iniciou uma ofensiva comercial sem trégua com novas tarifas, inclusive contra seu parceiros econômicos.

Em um artigo publicado nesta segunda-feira pela mídia estatal vietnamita, pouco antes de sua chegada, Xi conclamou outros países a se unirem à China na defesa da estabilidade, do livre comércio e de “um ambiente internacional aberto e cooperativo”.

Nossos dois países devem resguardar de maneira decisiva o sistema comercial multilateral, a estabilidade das cadeias mundiais industriais e de abastecimento, assim como um ambiente internacional aberto e de cooperação”, escreveu Xi em um artigo publicado pelo jornal vietnamita Nhan Dan, citado pela agência estatal chinesa Xinhua.

“Não há vencedores em guerras comerciais e guerras tarifárias”, escreveu Xi, ecoando declarações que fez recentemente em Pequim. “O protecionismo não tem saída.”

As novas tarifas impostas pelos Estados Unidos à China, no âmbito da ofensiva protecionista adotada por Trump, somam 145%. A medida abalou os mercados mundiais e levou Pequim a impor taxas de 125% para os produtos americanos.

Tarifas ‘olho por olho’ na guerra comercial entre EUA e China — Foto: Edição de arte

Em plena guerra comercial com Washington, a China anunciou nesta segunda-feira que suas exportações dispararam 12,4% em termos anuais no mês de março, resultado que supera as expectativas dos analistas.

O número representa mais que o dobro dos 4,6% projetados em uma pesquisa da agência financeira Bloomberg. As importações no mesmo período, no entanto, caíram 4,3%, informou a Administração Geral das Alfândegas da China.

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A viagem de uma semana de Xi tem como objetivo amplificar a mensagem de liderança chinesa. À medida que as tarifas impostas pelo presidente Trump provocam choques na economia global, Xi está ao mesmo tempo revidando contra os Estados Unidos e dizendo ao mundo que agora é ele o líder em quem se pode confiar para a geração de riqueza — especialmente para os países que se sentem traídos pelas reviravoltas da agenda ”America First” (“América Primeiro”, em tradução livre) de Trump.

Os próximos dias provavelmente serão marcados por demonstrações coreografadas de cordialidade — dezenas de mulheres em vestidos tradicionais vietnamitas acenando com bandeiras chinesas receberam Xi quando ele desembarcou na pista de Hanói pouco antes do meio-dia. Mas, nos bastidores, há muita incerteza.

Xi foi recebido por vietnamitas acenando com bandeiras chinesas quando desembarcou na pista do aeroporto de Hanói pouco antes do meio-dia — Foto: Athit Perawongmetha/Pool/NYT
Xi foi recebido por vietnamitas acenando com bandeiras chinesas quando desembarcou na pista do aeroporto de Hanói pouco antes do meio-dia — Foto: Athit Perawongmetha/Pool/NYT

O Vietnã e seus vizinhos estão todos tentando agradar o presidente Trump para conseguir a redução de tarifas, o que pode torná-los resistentes a declarações ousadas em favor da China. A guerra comercial entre os EUA e a China — que envolve tarifas retaliatórias massivas e a suspensão por parte da China da exportação de terras raras críticas — também tornou todos os países mais vulneráveis a uma recessão global e mais confusos sobre para onde a ordem mundial está caminhando.

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Segundo alguns analistas, Xi pode estar muito mais apreensivo do que demonstra.

— Xi sem dúvida vai exalar confiança — disse Bonnie Glaser, diretora do Programa Indo-Pacífico no German Marshall Fund. — Mas a trajetória imprevisível das relações da China com os Estados Unidos e o potencial de desacoplamento entre as economias chinesa e americana são preocupantes.

Os países industrializados da Ásia têm muito a perder. Muitos saíram da pobreza junto com a China ao longo de décadas de expansão do livre comércio. As chamadas tarifas recíprocas anunciadas por Trump neste mês atingiram a Ásia com mais força do que qualquer um esperava.

O Vietnã se viu diante de uma tarifa de 46%, com base em cálculos que colocam os déficits comerciais no centro da equação. Para o Camboja, a tarifa foi de 49%, enquanto a taxa da Malásia ficou em 24%.

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Mesmo com a suspensão repentina por 90 dias das tarifas, a ameaça de novos tributos que poderiam reduzir a demanda e criar novos desafios para os países exportadores lançou uma sombra sobre todo o clima da região, fazendo muitos países se perguntarem a quem recorrer em busca de apoio.

O Vietnã está especialmente entrelaçado tanto com a China — seu maior parceiro comercial — quanto com os Estados Unidos, que vêm importando cada vez mais do Vietnã desde que as tarifas impostas por Trump em seu primeiro mandato levaram empresas a transferirem a produção da China para outros países.

As exportações do Vietnã para os EUA — no valor de US$ 137 bilhões em 2024 — e os enormes investimentos de empresas estrangeiras que buscam se afastar da dependência da China agora estão ambos em risco.

— O Vietnã está hoje mais vulnerável tanto à China quanto aos EUA do que nunca — disse Alexander Vuving, professor do Centro de Estudos de Segurança do Pacífico Asiático, em Honolulu.

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Em resposta, os líderes de Hanói já estão tentando fazer o que vêm fazendo há anos — equilibrar, bajular e se precaver.

Equipes de negociadores vietnamitas foram a Washington para pedir a redução de tarifas, prometendo comprar mais produtos americanos e reduzir barreiras comerciais. Nesta semana, autoridades vietnamitas também se comprometeram a reprimir o reenvio de produtos chineses através do Vietnã — algo que autoridades da Casa Branca descreveram como um grande obstáculo para a redução das tarifas.

Agora, os líderes do Vietnã — com uma visita de dois dias de Xi Jinping, planejada antes das tarifas, para celebrar os 75 anos de relações diplomáticas formais — estão tentando agradar à China também.

Espera-se que dezenas de acordos sejam assinados durante a visita de Xi, em um esforço de ambos os lados para mostrar que a colaboração continuará, apesar da pressão americana.

Ainda assim, a quantidade (com 40 acordos esperados) pode mascarar a natureza incremental desses compromissos. Os itens de maior destaque conhecidos até agora incluem um pequeno número de aviões fabricados na China que começarão a operar rotas turísticas no Vietnã nesta semana, por meio de uma companhia aérea de baixo custo que também prometeu comprar jatos da Boeing.

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O Vietnã também sinalizou que concordou em seguir adiante com a proposta de uma ferrovia que ligaria a fronteira chinesa a um porto nos arredores de Hanói — um grande projeto de infraestrutura que, se for concretizado, aprofundaria os laços políticos e econômicos entre Hanói e Pequim.

Muitos dos outros acordos devem ser amplos e vagos, em vez de específicos. Apesar dos laços comunistas, os principais líderes de Hanói têm um longo histórico de resistência a projetos chineses que poderiam aumentar a influência de Pequim sobre o Vietnã. Mesmo a ferrovia — que a China vem tentando financiar com empréstimos há anos — mal passou das fases iniciais de discussão.

Xi Jinping conversa com o presidente Luong Cuong,do Vietnã, que também enviou autoridades a Washington para pedir a redução de tarifas — Foto: Athit Perawongmetha/Pool/NYT
Xi Jinping conversa com o presidente Luong Cuong,do Vietnã, que também enviou autoridades a Washington para pedir a redução de tarifas — Foto: Athit Perawongmetha/Pool/NYT

Comentários publicados na segunda-feira por To Lam, o principal líder do Vietnã, secretário-geral de seu Partido Comunista, buscavam principalmente elevar o Vietnã a um status mais alto, como um país especial para a China: seu maior parceiro comercial no Sudeste Asiático e o quarto maior parceiro comercial no mundo.

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Vuving disse que o Sr. Lam parecia estar tentando “forjar laços pessoais estreitos com o Sr. Xi”, mas sem oferecer muito em áreas de clara tensão, como o Mar do Sul da China, onde China e Vietnã têm reivindicações concorrentes. O Sr. Lam não mencionou diretamente a questão.

Xi adotou uma abordagem diferente, pedindo mais cooperação marítima “para controlar adequadamente as divergências no mar.” Ele descreveu as relações entre o Vietnã e a China de forma mais ampla: ambos estavam unidos em solidariedade como membros do amplo Sul Global.

Analistas disseram que a abordagem refletia o objetivo mais amplo da China, usar essa viagem como uma forma de construir laços com países não apenas na Ásia, mas em outros lugares, e fortalecer a imagem do Sr. Xi como um estadista global.

A realidade é que a China só pode fazer tanto pelas economias do Vietnã, Camboja e Malásia. Sua própria economia está lutando com o legado de um colapso imobiliário. As tarifas dos EUA e a abordagem de soma zero do Sr. Trump também significam que grandes exportadores estão em competição uns com os outros — com fornecedores de tudo, de celulares a roupas, buscando por toda parte demanda.

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A China afirmou que buscará incentivar mais consumo interno, mas principalmente para ajudar seus próprios fabricantes. Analistas duvidam que haja compradores chineses suficientes para compensar as perdas do mercado dos EUA enquanto a guerra comercial paralisa o investimento e o poder de compra dos consumidores.

A abordagem de ‘olho por olho’ entre os EUA e a República Popular da China significa que pode haver menos espaço para intermediários como as economias do Sudeste Asiático”, disse Ja Ian Chong, professor de ciência política na Universidade Nacional de Cingapura.

Países como o Vietnã estão presos, acrescentou, “entre a espada e a parede.”

O sudeste asiático é fundamental para as exportações chinesas. No ano passado, os países do bloco regional Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático) foram os principais destinos das mercadorias de Pequim, com um total de US$ 586,5 bilhões (R$ 3,4 trilhões) em produtos, segundo dados oficiais.

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Entre os países da região se destaca o Vietnã, com US$ 161,9 bilhões (R$ 949 bilhões) de importações chinesas, seguido pela Malásia (US$ 101,5 bilhões ou R$ 595 bilhões).

Apesar das disputas territoriais no Mar do Sul da China, Pequim e Hanói mantêm relações econômicas estreitas. O Vietnã, no entanto, compartilha a preocupação dos Estados Unidos com a crescente agressividade da China neste mar disputado.

A China reivindica a maior parte deste território marítimo, disputado por Filipinas, Malásia, Vietnã, Indonésia e Brunei.

Xi afirma no artigo publicado nesta segunda-feira que Pequim e Hanói podem resolver as disputas por meio do diálogo.

“Devemos administrar de maneira adequada as diferenças e salvaguardar a paz e a estabilidade em nossa região”, escreveu Xi.

(*) Com informações da AFP

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